Quando um lugar é tão falado quanto Sirmione, dá até medo de ir. É para ser a pérola do lago de Garda (mas, como o apelido não é tão original, outras cidades também são conhecidas assim). Todo mundo fala do castelo cercado por água por todos os lados, das ruínas romanas, da beleza do lago, e é difícil acreditar que vai ser isso tudo. No mínimo achei que ia ser isso com dez mil pessoas por metro quadrado, o que, em algumas épocas do ano, parece que é mesmo. Eu fui lá no início de setembro, e tava razoável para visitar.
O ônibus me deixou na beira da península, a partir de onde só entra com carro quem mora lá, e o castelo já dominava a paisagem. O Castelo Scaligero foi construído pela família Scaliger, os senhores de Verona. Ele tinha função de defender o sul do lago e de controle portuário. Ele é apenas um de vários castelos Scaligeri espalhados pelo lago, mas é conhecido como um dos mais bonitos, por ser cercado pelo lago por todos os lados.
Visitando por dentro, o mais legal é ver a vista da península e do lago.
O castelo tem uma lenda sobre um casal que morava lá, Ebengardo e Arice. Uma noite de tempestade, eles hospedaram um cavaleiro que passava por lá, Elalberto. Ele entrou no quarto de Arice, louco pela sua beleza (engraçado como nessas lendas e “ficou louco pela sua beleza” significa “decidiu estuprá-la”). Ela gritou, e ele a apunhalou, e até hoje o fantasma de Ebengardo assombra o castelo procurando por ela.
Depois do castelo, fui passear pelo centro histórico e tentar achar algo barato para comer. Nem tudo no centro é antigo, na verdade ele é cheio de hotéis e apartamentos modernos, mas ele têm igrejas antigas e ruazinhas charmosas.
Sirmione é muito antiga, sendo habitada desde 6 mil antes de nossa era. Na época romana, era onde os romanos ricos tinham vilas de luxo. Um deles era o poeta Catulo, cujos versos sobre a beleza da cidade ainda estão espalhados por Sirmione.
As ruínas da Vila de Catulo são a vila romana mais bem preservada do norte da Itália. Hoje elas são chamadas de Grutas de Catulo, porque elas foram redescoberta no século XV, quando estavam enterradas pelo tempo, e por isso pareciam grutas. Assim como o castelo, é legal que elas sejam tão na beira, cercadas pelo verde-azul do lago, e isso torna a vista mais incrível.
As grutas também tem um pequeno museu na entrada, que conta a história de Sirmione da pré-história até a época medieval.


De cima também dá para ver a Praia da Giamaica, a mais famosa de Sirmione, mas que e particular e cobra entrada. No centro, há praias públicas.
Eu fui tanto ao castelo quanto às grutas com um ingresso combinado, que no meu caso foi gratuito porque eu estudo história. Fui e voltei da minha base no lago, Peschiera del Garda, a 20 minutos de ônibus de distância.
Ou então clique aqui para ver outra cidade que visitei por lá, Malcesine, onde subi até o alto do Monte Baldo.
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