Quando eu estava em Petersburgo, eu li que o depósito do Hermitage está aberto para visitas e resolvi ir lá conferir. Ele só está disponível para visitas como parte de um tour, e eles acontecem de quarta à domingo, às 11h, 13h, 13:30h e 15h, em russo. Parece que eles também têm tours em inglês, mas eles são mais irregulares, e, se você pretende fazer um, pode ser bom pedir para o hotel ligar e confirmar, ou mandar um email.
Porém, não é possível tirar fotos dentro, por isso só coloquei as poucas que consegui achar no site oficial.
A visita começou pela coleção de Obras russas. Vimos principalmente ícones, dos séculos XIV a XVII. As explicações da guia foram ótimas, e gostei de como ela começou mostrando ícones tradicionais, explicando como eles são compostos, para depois mostrar ícones que fogem das regras.
Depois, passamos a parte de Roupas. A coleção é composta principalmente por peças da época do Império. Vemos roupas usadas em bailes famosos, além de peças realmente usadas por vários imperadores. Casacos de Pedro I, vestidos de baile de Elizabeth I e Catarina, a Grande, um número enorme de roupas dos últimos imperadores. As filhas do último imperador, Nikolai II, frequentemente usavam roupas combinadas, e ver isso chega a ser engraçado. Ela apontou uma roupa pequena de menino e disse “vocês já adivinharam, Aleksei Nikolaievitch”, o herdeiro de Nikolai. Isso é interessante nos tours em russo, como eles falam da cultura e da história do país com mais familiaridade.

Em seguida fica a coleção de Móveis. Não é algo que me interessa muito, ver mesas e cadeiras das coleções imperiais. Mas tinha algumas peças realmente impressionantes, como uma cadeira de rodinhas feita no século XVIII. A guia apontou para ela e disse – olha como nós não inventamos nada.
A seção seguinte é a mais famosa da coleção, a de Presentes recebidos pelos imperadores e presidentes russos de embaixadores estrangeiros. Há estátuas de budas enormes e de deuses de países asiáticos, mas a parte que mais me fascinou foi a enorme tenda de 17 partes dada ao tsar Aleksandr III pelo sultão de Bukhara. Ela fica montada na exposição, mas cercada de vidro, e nós entramos nela e sentamos em cadeiras para ouvir as explicações da guia sobre os presentes.

Finalmente, chegamos à parte de Carruagens. Elas são várias, feitas de todo tipo de material, pertencentes a uma dúzia de imperadores. A que mais me interessou foi a carruagem de coroação de Aleksandr III, que eu reconheci na hora. É que alguns dias antes eu tinha ido ao Museu Fabergé, e uma cópia dessa carruagem em pedras preciosas é a surpresa dentro de um dos famosos ovos Fabergé. A guia também mostrou fotos dele.

Para terminar, chegamos em uma pequena exposição de quadros mais novos, seguida por outra tenda colorida que foi um presente diplomático.
Foi essa a visita, durou cerca de duas horas e o tour foi bem interessante. Definitivamente foi uma oportunidade de conhecer os bastidores de um dos museus mais famosos do mundo, e só por isso já vale a pena para quem ama arte.
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Se retornasse à Russia, teria todas essas maravilhosas informações disponibilizadas como roteiro para novas visitas que nem sabia que era possível fazê-las. Aqui está um guia fantástico sobre visitas interessantíssimas, que não costumam ser feitas pelas agências de turismo convencionais. Estou fascinado com o que li e vi.
Oi, José Rubens, tudo bem? Como Petersburgo tem um transporte público muito bom, realmente recomendo fazer uns passeios por conta própria. Tem tantos lugares inusitados por lá que dá para agradar a todo mundo, e realmente esse passeio foi muito legal. Que bom que você curtiu.
Oi, Fernando, tudo bem?
Às vezes vão te interessar mais os posts sobre Tsaritsyno ou sobre o Museu do Gulag.
Eu não acho que faça muito sentido falar sobre o comportamento da juventude, suas preocupações e visões de mundo. Cada um é de um jeito, como em qualquer outro lugar.
E o meu blog é um hobby, no qual eu escrevo sobre o que me marca, sobre o que eu tô com vontade de escrever no dia, etc. Não estou preocupada no que fica parecendo que o país é, mas em narrar experiências.
Bom dia Júlia.
Tenho acompanhado com interesse seu blog e percebo que a Rússia, mais especificamente Petersburgo, teve um grande impacto em vc. Entretanto vejo vc escrevendo muito sobre a história da Rússia e da cidade, mas muito pouco sobre a história recente e as atualidades e perspectivas de futuro do país e da cidade. Fica parecendo que o país parou no tempo e não passa de um enorme museu a céu aberto.
A título de sugestão, fale um pouco sobre o moderno, o comportamento da juventude, sua visão de mundo, preocupações, o dinamismo do povo e da cidade …