Quando eu estava em São Petersburgo, comprei o bilhete “Quatro palácios” para o Museu Russo. Ele me deu a oportunidade de visitar por três dias o palácio Mikhailovski, sede principal da pinacoteca com uma das maiores coleções de arte russa do país, o Castelo de Mikhailovski, com sua arquitetura neogótica e história de assassinatos, além da conexão com Dostoiévski, e dois dos palácios mais bonitos da cidade: o Stroganov e o de Mármore.
Eu comecei pelo palácio Stroganov, que fica bem na esquina da Avenida Névski, a mais importante da cidade, e das margens do canal Moika, o dos palácios mais ricos de Petersburgo. O lugar já me fazia esperar extravagância. E o nome me dava fome: foi aqui que foi inventado o Strogonof, por um dos cozinheiros do conde.
O palácio foi construído por Bartolomeo Rastrelli, um dos arquitetos mais importantes da história da cidade, que também construiu o Palácio de Inverno. Ele aceitou a encomenda porque os Stroganov eram a família mais rica da Rússia na época (mas seriam logo ultrapassados pelos Iussupov, que tem um palácio ainda mais extravagante mais adiante no Moika, que é onde Rasputin foi assassinado).
Os Stroganov fugiram do país com a revolução, e o prédio foi brevemente usado como um museu que contava a história da aristocracia russa, antes de servir como sede para vários institutos. Petersburgo recebia poucas verbas, e os palácios da nobreza se dilapidavam, e ele não escapou à regra. Depois, ele passou por décadas de reconstrução antes de se tornar parte do Museu Russo.

Hoje ele abriga uma exposição sobre os Stroganov, exposições temporárias e concertos de música clássica e jazz. Quando eu fui lá, tinha uma exposição de fotografias antigas de Petersburgo no primeiro andar.

O Palácio de Mármore recebeu esse nome por um motivo bem óbvio: ele foi construído com 32 tipos de mármore. O grande destaque é a escadaria principal, construída com mármore dos Urais. Ela é obra do arquiteto italiano Antonio Rinaldi, um precursor do neorealismo na Rússia.

O palácio foi construído nas margens do rio Nevá pelo conde Orlov, o preferido da tsarina Catarina, a Grande. Ele logo abandonou o palácio luxuoso que ele não conseguia manter, e ele foi comprado pela própria Catarina, depois passando para um de seus netos, o grão-duque Constantino. Depois da Revolução, ele foi sede da Academia de História Material e do Museu de Lenin em Petersburgo.
Assim como o Palácio Stroganov, ele também tem exposições temporárias e abriga concertos. Depois também tive a chance de pegar um concerto clássica no hall de mármore, nas quintas feiras musicais, de graça ainda por cima, o que foi uma experiência maravilhosa em Petersburgo.

Eu tinha ido com a informação do Lonely Planet de que eles tinham uma mostra de arte moderna do museu Ludwig de Munique, em caráter permanente, mas estava fechada quando eu estava lá. No entanto, tinha várias exposições temporárias acontecendo.
Na frente do palácio, fica a famosa estátua de Alexandre III feita por Pavel Troubetzkoy. Ela ficou célebre por ter sido odiada por Nicolas II, filho do tsar, que a chamava de hipopótamo por causa do tamanho do cavalo e do imperador. Quando perguntaram ao arquiteto se ele queria fazer uma crítica, ele respondeu que não entendia nada de política, que ele só pretendia mostrar um animal em cima do outro. O incidente chegou ao ponto que Nicolas II pretendia mandar a estátua para Irkutski, só para não precisar vê-la mais, até que começaram a brincar que ele queria exilar o pai na Sibéria.
Esse foi o post sobre o Palácio Stroganov e o Palácio de Mármore. Além dos outros posts sobre o Museu Russo, no início do post, se você se interessa por arte russa, tem também o post sobre a Galeria Tretiakov, em Moscou.
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