Eu cheguei para o meu intercâmbio na Itália em agosto de 2015, no vôo da Tam de São Paulo para Milão. Eu resolvi parar lá alguns dias para conhecer a cidade, e um dos meus focos foi ver a Expo, que estava acontecendo por lá.
As Exposições Mundiais ou Feiras Mundiais acontecem desde 1851. Nesse ano, o príncipe Albert montou um Palácio de Cristal no Hyde Park em Londres para organizar uma mostra das novidades da ciência e tecnologia no mundo. Nas primeiras exposições, mostrar tecnologia era o grande foco, e invenções como o telefone foram primeiro apresentadas assim.


Nos anos 30, as Exposições passaram a ter muito a ver com cultura, com facilitar o intercâmbio cultural baseado em um tema, e a partir dos anos 80, pavilhões para os países participantes começaram a ser organizados. Por isso a Expo tem essas três partes que não parecem muito ligadas a primeira vista: a mostra de ciência e tecnologia, as trocas culturais baseadas em um tema e os pavilhões dos países participantes.

As últimas exposições foram em Hannover, Alemanha (2000), Aichi, Japão (2005), Zaragoza, Espanha (2008), Shangai, China (2010) e Yeosu, na Coréia do Sul (2012). Como dá para notar, o intervalo entre elas não é muito regular. As próximas vão ser em Astana, Cazaquistão (2017) e Dubai, Emirados Árabes (2020).
A Expo em 2015 é em Milão e o tema é Alimentando o Planeta, Energia para a Vida.

A Expo é composta por uma longa avenida, chamada de Decumano, e cruzada por uma menor chamada Cardo. Nisso eles se inspiraram na planta das antigas cidades romanas.
Esses foram alguns dos meus pavilhões preferidos:
Itália – o pavilhão da Itália é imenso e cheio de atrações. Eu fiquei muito impressionada com os retratos dos heróis, logo no início. Escolheram um para cada província e no meio imigrantes, minorias lingüísticas. Achei muito simbólico em uma Europa em alguns momentos muito xenofóbica.
A parte dos caleidoscópios com paisagens italianas é incrível.
E há um mercado siciliano no escuro, no qual você é guiado por um cego. Não pretende simular ser cego – não há perigos no caminho e você sabe que logo vai voltar a enxergar – mas a ser uma experiência sensorial. E realmente, você sente como os outros sentidos ficam aguçados.
Brasil – o pavilhão do Brasil é talvez o mais divertido, com a entrada por uma rede. Acho que foi um dos pavilhões que mais conseguiu integrar os aspectos da Expo. O jardim embaixo também era muito interessante, e mostrava coisas exóticas como tapioca…
UK – o mais impressionante visto por fora. Você faz o caminho em zigzag pelo jardim com flores, como uma abelha, e entra na colméia. Muito inovativo.
China – dividido em quatro partes, Céu, Homem, Terra e Harmonia. Cada uma tem exibição de objetos típicos e Terra tem um show de luzes maravilhoso.
Áustria – você entra em uma floresta austríaca, com temperatura média cinco a seis graus abaixo do resto da Expo. Um projeto preocupado com sustentabilidade e uma visita muito agradável.
França – um mercado coberto, como os tradicionais nas cidades francesas, com o objetivo de promover a alimentação à francesa.
Nepal – no centro do Pavilhão há um templo budista. Parece que vários dos trabalhadores tiveram que voltar para casa após o terremoto e trabalhadores de outros pavilhões se voluntariaram para terminá-lo.
Polônia – um jardim relaxante, um trenzinho de chocolate em uma paisagem de chocolate, um armazém de produtos poloneses, esse pavilhão tem muita coisa diferente para oferecer. Tudo com versos da Szymborska, a poeta polonesa que levou o Nobel de literatura em 66.
Eslováquia – o pavilhão da Eslováquia mostra um país no centro da Europa, rico em recursos naturais e extremamente inovador.
Marrocos – centrado na descoberta sensorial, no gosto do Marrocos. Outro foco são as diferentes arquiteturas do país. Atrás tem um jardim.
Turquia – o design desse pavilhão também ficou muito legal e com muitos detalhes. Ele tenta mostrar algo sobre a arquitetura e as tradições alimentares e é semi-aberto.
Irã – pretende se mostrar como um país que faz a ponte entre o leste e o oeste. Se você só ouviu falar do Irã na grande mídia, vai ter uma grande surpresa.
Eslovênia – o pavilhão tenta passar a sensação da Eslovênia, como o tema de “I feel Slovenia”. Caminhar no sal foi surpreendentemente relaxante.
Holanda – um parque de diversões com várias barraquinhas com comida e informações sobre o país.
Azerbaijão – podemos entrar em três diferentes biosferas. Ele se concentra em biodiversidade, tradição, cultura e inovação.
Como visitar
É muito fácil chegar na Expo de Milão, é só pegar o metrô especial Rho Fiera. Para chegar de outra cidade, há uma estação de trem perto da exibição.
Dicas para a visita:
Programe-se para visitar os pavilhões mais procurados cedo de manhã, para não pegar uma fila de muitas horas.
A Expo tem várias fontes de água espalhadas, inclusive com água com gás. Também tem opção de pratos típicos de todos os países representados e todas as regiões da Itália, desde restaurantes chiques a comida de rua.
Você pode comprar o passaporte da Expo e carimbá-lo em todos os pavilhões que visitar. A maioria dos pavilhões também vende souvenirs.
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