Ultimamente, uma das minhas atividades preferidas quando eu viajo tem sido a de fazer uma aula de culinária. Acho que é uma forma de imersão na cultura do país, e depois é algo que adoro fazer para os meus amigos, ou para mim mesma, para comer algo diferente ou matar a saudade de um país que me marcou.
O único problema é que eles geralmente costumam ser caríssimos. Na Geórgia, que tem uma das minhas culinárias preferidas no mundo, eu queria muito fazer uma aula, e me recomendaram o Chakandrila, que tem preços justos. Ele é um café pequeno, na casa de um casal local, que abriu a sala para fazer aulas de culinária. A aula básica inclui os básicos da culinária georgiana: khatchapuri, a massa com queijo que é onipresente no país, khinkali, dumplings de carne, e um copo de vinho caseiro por 60 lari. Eles também têm várias outras opções, incluindo um menu todo vegetariano e a opção de personalizar como você quiser, pagando 30 lari pelo primeiro prato e 25 por cada um dos seguintes, com khachapuri, khinkali, chakhokhbili, kharcho, pkhali, rolinhos de berinjela, chkmeruli, kubdari, satsivi, churchkhela e fazer queijo sulguni.

Eu pedi o khatchapuri, khinkali e adicionei os rolinhos de berinjela. É um dos meus pratos preferidos da comida da Geórgia, e também gosto sempre de fazer algo simples, como uma salada, que é o que eu faço no dia a dia de qualquer forma.
Eu reservei a aula um dia antes, pelo site, já pedindo a opção de incluir os rolinhos. Eles me responderam quase imediatamente e marcamos para às 4. No dia seguinte, no horário combinado, e eles já me ofereceram um copo de vinho enquanto eu esperava as meninas que estavam lá antes de mim e que acabavam de fazer seus khinkali vegetarianos.

Khatchapuri Ajaruli
Em alguns minutos, comecei a fazer meu khatchapuri com o Gia, um dos donos do Chakandrila. O khatchapuri é uma massa com queijo que tem várias formas, mas minha preferida o adjaruli, um barquinho com um ovo em cima. Não começamos exatamente do nada porque a massa leva fermento e tem que ser colocada por duas horas na geladeira, então isso já estava pronto para mim. Eu comecei estendendo a massa com um rolo, enquanto o Gia trouxe os dois tipos de queijo que usaríamos – imeruli e sulguni – para eu provar. Nós colocamos o imeruli, que é mais suave e sem sal, nas bordas e dobramos para dar ao khatchapuri a sua forma de barquinho. Passamos ovo nas bordas, e depois misturamos os dois queijos no centro e pronto, e o khatchapuri já foi ao forno.
Enquanto esperávamos, ele já me deu uma dica preciosa, de que se eu fosse tentar a receita na Itália, era para substituir o queijo imeruli por mozzarella e o sulguni por feta, que ia ser o mais próximo. O Khatchapuri ficou no forno por menos de 15 minutos, com o Gia abrindo de vez em quando para mexer o queijo. Então colocamos um ovo cru em cima e deixamos mais um minuto. Depois tiramos de vez e colocamos um pouco de manteira em cima também.
A melhor parte é comer o khatchapuri saindo do forno fervendo, usando o pão quente para misturar a gema mole e o queijo. Vale a pena queimar o céu da boca para comer quentinho.
Khinkali
Logo depois comecei os Khinkali, com a Irina, a outra dona do restaurante. Khinkali são outro prato típico, dumplings que podem ter recheio de carne, queijo, cogumelos, etc. O começo foi bem parecido, estendendo a massa. Depois usamos um copo para cortar a massa em pequenos círculos, e os estendi mais um pouco com a massa com o rolo. A Irina trouxe o recheio típico, uma mistura de carne de porco e boi que é super popular na Geórgia, com temperos locais, e me ensinou a torcer a massa no formato certo e fechar as trouxinhas. Depois foi só alguns minutos cozinhando em água salgada e fervendo, e meus khinkali estavam prontos.
Rolinhos de Berinjela
A essa altura eu já não podia comer mais nada, então foi bom que os rolinhos ficaram por último, porque são frios e os levei para o albergue para comer no jantar. Mas comecei cortando as berinjelas em fatias finas e as fritando. Depois pegamos as nozes, que a Irina colocou no processador. Ela foi me mostrando as misturas de temperos típicas que são adicionadas às nozes – sal, açafrão da Geórgia, chukho-suneli e khmeli-suneli, só um pouquinho de cada. Depois colocamos também um pouco de alho espremido. Depois colocamos algumas colherzinhas de chá de água fervendo e a mistura imediatamente ficou com uma textura de creme.
Depois foi só passar essa mistura nas fatias de berinjela, enrolá-las, e decorar com sementes de romã.
Essa foi minha aula de culinária na Geórgia. Foi uma das minhas preferidas que eu já fiz, e já tô querendo tentar as receitas em casa. Mesmo algumas partes estando prontas antes, acho que isso é necessário em alguns pratos – eu também não queria ir lá, e depois esperar duas horas enquanto a massa descansava na geladeira. Espero que vocês tenham curtido saber um pouco mais sobre a aula – e a culinária incrível da Geórgia.
Clique aqui para ler todos os posts que já saíram sobre a Geórgia.
1 comentário