Dizem que Riga tem mais de 800 prédios Art Nouveau. Andando por lá, esse número não me surpreendia tanto, eles estavam por todos os lados. Mas, quando eu parei para pensar, Art Nouveau não foi popular por tanto tempo assim, e isso significa que esse número enorme de prédios foi construído em pouco mais de uma década.
No início do século XX, a população de Riga quase dobrou em meio a um período de grande prosperidade econômica, e ela se tornou uma das maiores e mais ricas cidades do Império Russo. As muralhas da cidade foram derrubadas e substituídas por boulevards amplos, com jardins e rios, a cidade pode se expandir para o norte. Ao mesmo tempo, outra herança da Idade Média, as regulações estritas sobre como prédios novos podiam ser construídos, continuavam em vigor. Então tinha uma população próspera que queria prédios únicos, mas tinha que lidar com essas restrições, e que estava construindo entre 300 e 500 prédios por ano. Para mim parece óbvio por que eles se apaixonaram pelas formas do Art Nouveau. Se bem que eu mesma sou apaixonada, então claro que vou pensar assim.
No centro histórico eu já tinha visto vários prédios Art Nouveau, mas também queria conhecer o Centro Quieto, o bairro com a maior concentração de construções nesse estilo. A maioria deles fica perto da rua Elizabetes e a rua Alberta (quase toda construída por Mikhail Eisenstein, pai do cineasta).
A maior parte do meu tempo no bairro foi passada só andando e admirando os prédios mesmo, mas teve alguns mais famosos pelos quais eu procurei, como o Splendid Cinema.
Outro que eu queria achar era o Museu do Art Nouveau, que tem um apartamento todo decorado no estilo. Ele foi planejado pelo arquiteto Konstantīns Pēkšēns, que ocupou um apartamento no térreo, e é esse que ainda está aberto. Ele tem uma reconstrução de ambientes, além de uma área no subsolo com mais informações sobre o estilo e a cidade e atividades como um fotógrafo que tira sua foto com uma roupa da Belle Époque (a um custo extra).
Mas o que mais me apaixonou no prédio foi essa escadaria maravilhosa. Deitei no chão para conseguir uma foto melhor.
Quando eu levantei, uma moça russa me abordou, disse que tava tirando uma foto de cima para baixo e eu apareci bem no centro. Ela me mostrou no celular dela e parecia ótima, fiquei torcendo para ela me mandar mesmo, e quando cheguei no albergue já estava lá.
Assim como o centro histórico, em que eu esperava prédios velhos e vi de tudo, o Bairro Art Nouveau também se mostrou mais eclético do que a propaganda faz acreditar. Em meio aos prédios, vemos alguns de estilos completamente diferentes, inclusive algumas casas de madeira em estilo tradicional.
Foi esse meu passeio, espero que vocês tenham curtido. Se quiser, continue o passeio lendo os posts sobre a Letônia.
Ou confira todos os nossos posts sobre o estilo Art Nouveau:
Impressionantes. A cidade e o seu relato.