No post anterior sobre Baku, eu falei sobre os lugares que visitei na cidade antiga, e contei sobre a sobreposição que vi tanto em Baku, os prédios modernos aparecendo por trás do centro histórico. Então hoje vou falar justamente sobre esses prédios modernos, sobre o lado da cidade que lhe rendeu o apelido de pequena Dubai.
Eu comecei o passeio no Centro Heydar Aliyev, projetado pela Zaha Hadid. Só de chegar perto, do lado de fora, a gente já vê a cena dos cartões postais: o prédio curvo, que evita linhas retas, e o sinal de I Love Baku no gramado em frente.





Eu resolvi entrar no Museu, apesar da triste falta de descontos para estudantes, e achei que compensou. A exposição se concentra na história e na cultura do Azerbaijão, e tem maquetes de prédios famosos, carpetes, instrumentos típicos – e se você fica na frente de cada instrumento, ouve uma amostra do seu som, livros antigos, desenhos, pinturas. Achei que essa parte valeu muito a pena.












Depois, tem uma parte mais polêmica do museu, que é a exposição dedicada a Heydar Aliyev. Ele foi presidente do Azerbaijão de 93 a 2003, e foi sucedido pelo seu filho, que está no poder desde então. E com pai e filho se revezando no poder desde os anos 90, você pode imaginar que isso abre margem para críticas que o país é bem pouco democrático. Tudo no país tem nome dos Aliyev, outro sinal do autoritarismo deles. A exposição do museu, claro, o trata como um herói.

Com a modernização de Baku, eles construíram uma larga avenida que acompanha o Mar Cáspio, o Baku Boulevard, que foi onde eu continuei o passeio depois de sair do museu. É um lugar agradável e muito verde, com gente vendendo pipoca e sorvete, de onde você pode ver o panorama em transformação, com prédios modernos sendo construídos em cada canto da cidade. Tem lugares muito bonitos, mas também tem alguns que são a epítome do kitsch, como a “pequena Veneza” com barquinhos.

Tem vários museus no Boulevard, e eu decidi ir ao Museu do Tapete, porque eu tinha ouvido que ele era muito interessante. A gente ouve muito sobre os tapetes persas, mas o Azerbaijão também tem uma história muito antiga de produzi-los. Eles tiveram um reconhecimento enorme em 2010, quando foram proclamados patrimônio cultural do Azerbaijão pela UNESCO, e foi também nessa época que construíram um prédio novo para abrigar a coleção. Também curti muito a visita.



Finalmente, resolvi chegar mais perto das Torres das Chamas, um dos grandes símbolos da cidade, que dá para ver de todo lugar. Eu subi de bondinho (1 manat), mas também dá para subir a pé, e não é longe.

Na frente das torres, tem um parque onde dá para apreciar a vista para elas e para a cidade. As torres foram construídas em 2012, e o formato e nome são homenagens ao apelido do Azerbaijão como Terra do Fogo – perto de Baku, tem montanhas onde o gás natural fazia com que chamas aparecessem nas montanhas, e ainda existe um templo de adoradores do fogo. Não dá para visitar por dentro, porque elas são residenciais e comerciais, mas toda noite elas se transformam em um show de luzes, alternando imagens de chamas, de uma pessoa segurando uma bandeira, e as cores da bandeira do Azerbaijão. Dava para ver da varanda do meu albergue, o Sahil.



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