O Hyde Park é um dos maiores parques de Londres, e vem desde a época do Henrique VIII. Só por isso já é uma atração importante da cidade, mas também é cheio de curiosidades que tornam a visita mais interessante.
Em uma das pontas do Hyde Park fica o Speaker’s Corner, um lugar com uma história super interessante. As leis de liberdade de expressão na Inglaterra não cobrem toda forma de discurso possível, como é comum. Você não pode ameaçar a rainha, exprimir ódio racial, incitar a violência ou o terrorismo, etc. Mas nesse ponto do parque você pode expressar qualquer idéia, não importa quão radical, todos os domingos de manhã. Por isso, ele atraiu um público diverso: Karl Marx, Lenin, George Orwell, as sufragettes, todos discursaram aqui. No início dos anos 2000, protestos contra a Guerra do Iraque atingiram dois milhões de pessoas.

Um dos lugares mais curiosos do parque é o Cemitério de Animais da época vitoriana (não entrem em pânico: não costumava ser um cemitério indígena, juro). Entre 1881 e 1915, 300 animais foram enterrados lá. Só dá para vê-lo do outro lado das cercas, a não ser que você participe de um tour oficial do parque.

No Hyde Park ficava o Palácio de Cristal, a gigantesca estrutura onde ocorreu a primeira Exposição Mundial, em 1856. Ele se tornou um símbolo da época vitoriana, e foi copiado em dezenas de cidades. Apesar de construído para ser uma estrutura temporária, ele continuou no mesmo lugar até os anos 30, quando foi destruído em um incêndio. Hoje algumas ruínas do Palácio ainda existem, incluindo uma esfinge. Hoje existem planos de reconstrui-lo.

Outro centro cultural, esse ainda de pé, é a Serpentine Gallery. Eu fui lá uma vez para ver uma exposição da Marina Abramovic. Nele, a artista nos colocava em cadeiras, com fones que bloqueavam barulhos, para olhar painéis monocromáticos, ou nos colocava em posições em uma esteira no centro. Em outra parte da instalação, pessoas vendadas tentavam andar sem se esbarrarem. Foi uma experiência incrível, ver uma artista tão famosa e controversa.
A galeria é famosa pelas exposições de artistas modernos, e Ai Weiwei e Zara Hadid estão entre os outros que já passaram por lá.



Se for primavera ou verão, você pode alugar barquinhos no Serpentine Lake, lá perto.
Falando de museus, tenho que mencionar a Apsley House. Ela fica no Hyde Park Corner e exibe a coleção de móveis, pinturas e memorabilia do primeiro duque de Wellington, que era o general comandando as forças britânicas durante as guerras napoleônicas, e que finalmente o venceu. Por causa de seu papel na libertação de Madrid, ele ganhou centenas de obras de arte que faziam parte da coleção da Família Real Britânica. Uma das obras mais famosas da coleção, e uma mostra do humor britânico, é uma estátua de Canova que representa Napoleão como Marte, o deus romano da guerra.
Lá perto, nos Kensinton Gardens, fica o lugar onde Peter Pan pousou em Londres pela primeira vez no romance de James Barrie. Por isso, hoje uma estátua marca o lugar.
O parque também tem vários memoriais, inclusive um dedicado à Princesa Diana, com uma fonte em que se pode entrar, um dedicado às vítimas do holocausto, e um dedicado aos bombardeios de 7 de julho de 2005. Mas o mais único deles é com certeza o dedicado aos animais que morreram servindo junto ao exército britânico. Nele, uma placa diz “Eles não tiveram escolha”.
Se é uma viagem longa, e você quer descansar depois de andar por todo o parque, pode pegar um livro para ler e alugar uma das famosas cadeirinhas verdes e azuis.
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