Embora o irmão mais novo, o Tate Modern, esteja sempre no radar dos visitantes, o Tate Britain é pouco visitado por turistas estrangeiros. É uma pena, porque com sua missão de mostrar os últimos 500 anos de arte inglesa, ele se tornou um lugar incrível para aprender mais sobre esse país.
O Museu foi aberto como a Galeria Nacional de Arte Britânica em 1897 – cem anos antes do Tate Modern. Desde o início ele ficou conhecido como The Tate Gallery, em honra a seu fundador, Henry Tate. Depois o nome se tornaria oficial e passaria a outros museus, em Liverpool, St. Ives, e o mais conhecido Tate Modern.
A maior atração são provavelmente os quadros de Turner. Ele pintou vários tipos de quadros diferentes, mas é mais conhecido pelos que retratam o mar. Aparentemente, ele era fascinado por sua violência. Ele pintava naufrágios, incêndios (ele viu o incêndio do parlamento em 1834, e o transformou em uma série de aquarelas), tempestades.
Ele pintou mais de 500 quadros, mas alguns deles com materiais que ele sabia que não durariam. Ele escolhia o que parecia bom naquele momento, sem se preocupar tanto com a posteridade.






Nas suas últimas pinturas, os objetos mal são reconhecíveis, e a cor é muito mais importante. Por isso, ele foi uma influência enorme sobre os impressionistas. Por isso, quem o amava dizia que ele era um pintor da luz, enquanto quem o odiava dizia que ele era um pintor do nada.


Outro dos pintores mais famosos que você vai encontrar na galeria é Thomas Gainsborough, o retratista mais famoso do XVIII. Ele era conhecido por pintar muito rápido, e embora as pinturas possam parecer caixinha-de-chocolate para quem não curte muito arte, era um dos artistas mais inventivos de sua época.

Outra figura importante é William Blake, o poeta do Paraíso Perdido. Embora pouco reconhecido em sua época, hoje ele é considerado uma das figuras mais importantes do romantismo.

Outro pintor romântico é Constable, mais conhecido pelas cenas bucólicas.
Flatford mill scene on a navigable river. Creditos: wikicommons
Se você gosta dos Pré-Rafaelitas, não pode perder o museu por nada. A Irmandade dos Pré-Rafaelitas foi fundada por um grupo de poetas e pintores ingleses que achavam que a arte ocidental tinha se degenerado após o Maneirismo, e que em especial as poses e composições elegantes de Rafael tinham sido uma influência corruptora. Por isso, eles queriam voltar aos tempos antes dele (por isso pré-rafaelitas), à arte com cores intensas e detalhes abundantes do Quattrocento italiano. Vários de seus maiores expoentes estão representados no Tate Britain, como Dante Gabriel Rossetti, William Holman Hunt, John Everett Millais e John William Waterhouse.





Já bem mais modernos, os trabalhos dos artista irlandês Francis Bacon são conhecidos pelas imagens ousadas. Ele mostra crucifixos, papas, bocas abertas, e já foi descrito como um dos artistas mais implacáveis do século XX.

A entrada para a coleção permanente é gratuita. Existem exibições temporárias pagas, e recomendo muito visitar no Late at Tate, um evento toda primeira sexta do mês em que elas ficam por metade do preço e no museu ainda rola música ao vivo ou performances. Além disso, todo o dia existem tour gratuitos pela coleção.
Nesse momento, eles têm quatro tours que acontecem todos os dias:
The growth of British art – às 11 horas
People and Places of the XIX Century – ao meio-dia
Becoming Modern: Art to the present day – às 14 horas
The paintings of J. W. M. Turner – às 15 horas
Dá para chegar de metrô e ônibus, é claro, mas entre o Tate Britain e o Modern ainda existe o Tate Boat, que liga os dois museus pelo Tâmisa. O trajeto dura 20 minutos, e tem desconto para quem tem Oyster.
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