Entre os museus de Londres, esse se destaca, uma espécie de gabinetes de curiosidade moderno e experimentação arquitetônica. O Museu Sir John Soane é fruto de um arquiteto e colecionador de arte, Sir John Soane, que desenhou o prédio e o alterava a cada aquisição para as suas coleções de arte. E elas são muito extensas, porque ele era um ávido colecionador. São mais de 30 mil objetos do Egito antigo, da Grécia, do Império Romano, da Idade Média e até a Renascença, croquis e desenhos de prédios, inclusive prédios famosos de Londres, pinturas de Canaletto, Turner e Hogarth, entre outros.


Ele conseguiu para sua coleção, por exemplo, o sarcófago do faraó Seti, peças vindas de Pompéia, exemplos de vidros romanos. Quando o sarcófago chegou, ele deu uma festa imensa para convidados como Samuel Taylor Coleridge e William Turner, com as peças iluminadas por centenas de candelabros. Soane era conhecido como um colecionador excêntrico, que aumentava seu prédio a medida que conseguia novas obras.

Essa é uma da características que mais me interessam no Museu, o fato de que ele lembra um Gabinete de Curiosidades antigo. Os gabinetes foram os antecessores dos museus, lugares onde pessoas ricas colecionavam antiguidades, obras de arte e de história natural, que era considerado um microcosmos do mundo. Esse museu deve se parecer com o que eles eram antes que suas coleções fossem categorizadas e divididas entre vários museus. Muitas das obras vem do Grand Tour que ele fez pela Itália, no qual conheceu Piranesi e participou das escavações de Pompéia. Influenciado por essa viagem, Soane desenhava prédios imaginando-os primeiro como ruínas.


O próprio edifício é uma das atrações, feito por uma sucessão de pátios, no mais baixo dos quais está enterrado Fanny, o cachorro de Soane, com uma placa que diz “Alas! Poor Fanny”. Muitas vezes ele testava em seu prédio o que ele queria fazer nos prédios que desenhava. Por isso o domo do museu é um ensaio para o domo que ele colocou em seguida no Banco da Inglaterra (e que já foi destruído). Um de seus traços mais célebres é o uso inteligente de luz natural.
Créditos: site oficial

Ele também muitas vezes coloca vidros coloridos para dar um ar dourado à coleção. Entre as salas ficam passagens secretas e salas escondidas, que fazem a visita parecer algo entre os bastidores de um teatro e os bastidores de um museu. Algumas das salas abrem em horários pré-estabelecidos, geralmente de hora em hora. Segundo o Oxford Dictionary of Architecturem ele é “one of the most complex, intricate, and ingenious series of interiors ever conceived”


Qualquer um interessado em visitar o prédio podia escrever a Soane ou mesmo tocar a campainha, e ele os levava pelas coleções. Pouco antes de morrer, ele transformou o lugar em um museu, que ficou exatamente como ele o deixou. Ele foi um dos primeiros museus públicos de Londres, e hoje permanece gratuito.

O museu é iluminado por um teto de vidro, o que torna a visita interessante, mas algumas noites de inverno são ainda melhores, quando você pode visitar à luz de velas.
Todas as fotos do post vem do site oficial, já que tirar fotos dentro do museu é estritamente proibido.
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