O filme Tangerinas, de Zaza Urushadze, passa-se na Geórgia da guerra civil de 1992, mas em uma cidade de população estoniana. Isso por causa dos deslocamentos populacionais forçados feitos por Stalin durante a União Soviética.
Os amigos Ivo (Lembit Ulfsak) e Margus (Elmo Nüganen) são as duas únicas pessoas de sua comunidade que não voltaram para a Estônia com o início da guerra civil. Sua vila fica na Abkhazia, região separatista que tem apoio russo, e os combates não estão longe deles. Mas Margus quer atrasar a partida até conseguir colher sua produção de tangerinas, e Ivo, um carpinteiro, está fazendo caixas para guardá-las, mas sem contar suas razões para ficar.
Alguns soldados chegam a vila e trocam tiros na frente da casa de Ivo. Apenas dois sobrevivem, e é claro que são de lados opostos. O mercenário checheno Ahmed (Giorgi Nakashidze), que está lutando pelos russos, e o georgiano Nika (Mikheil Meskhi) ficam ambos gravemente feridos, e Ivo os traz para casa para cuidar deles.
Ambos se odeiam e prometem matar o outro quando estiverem melhor, mas Ivo faz com que prometam não se machucarem enquanto estiverem em sua casa. E isso é algo que eles levam a sério, porque a hospitalidade é um valor muito sério em suas culturas.
Poderia ser melodramático, mas é um filme sóbrio e envolvente, que sabe zombar das expectativas. Quando Ivo e Margus empurram uma van de uma colina para escondê-la, ficam desapontados que ela não explode, como em um filme americano. “O cinema é uma fraude”, é a conclusão de Ivo.
Eu gostei! O Oscar para mim só serve para descobrir algumas indicacões de filmes estrangeiros. Foi lá que achei esse.
Eu descobri lá também, hahaha. Não ligo para melhor filme, mas presto a maior a maior atenção no Oscar estrangeiro, e esse logo me chamou a atenção por falar dos deslocamentos populacionais forçados, que acho um tema interessante.