Eu entrei no palácio da Alhambra às sete da manhã, e logo de cara fiquei impressionada. Os jardins estavam vazios e ainda estava escuro, mas por isso mesmo ficava mais fácil ouvir o barulho das cascatas e sentir o cheiro da vegetação. No dia anterior eu tinha reclamado de ter que acordar super cedo para conseguir entrar, já que eu não tinha conseguido comprar o bilhete online com antecedência (explico mais sobre isso abaixo). Mas quando cheguei lá, esqueci tudo isso. Como diz o Lonely Planet, Alhambra é a carta de amor da Europa à cultura moura.
Esse lugar já tinha sido usado para várias fortificações desde os romanos, e no século XIII o emir Mohamed ben al-Ahmar do Emirado de Granada resolveu construir aqui uma fortaleza. Ela foi chamada de al-qala’a al-hamra, a fortaleza vermelha. Em 1333, Yusuf I, sultão de Granada, converteu a construção em palácio real. Em 1492, depois da chamada Reconquista, os reis católicos estabeleceram aqui a sua corte.
Durante os próximos séculos, o palácio caiu em desuso. Nenhuma manutenção foi feita por muito tempo, e a população local passou a morar lá dentro no que deve ter sido o mais glorioso movimento Occupy de todos os tempos. O lugar foi redescoberto durante a invasão de Napoleão à Espanha, mas ainda não era nada protegido. Visitantes frequentemente levavam souvenirs do palácio. Aos poucos, sua importância como lugar histórico foi reconhecida e ele foi inscrito na Unesco como Patrimônio da Humanidade.
Eu comecei minha visita pela Alcazaba, as ruínas das muralhas e torres do Palácio. A vista para a cidade é incrível, principalmente para o bairro muçulmano de Albayzín.
Depois visitei o Palácio de Nazaríes, que para muitos é o destaque maior do palácio.
Uma das partes mais famosas é o Pátio dos Leões, feita de alabastro e mármore branco. Foi a primeira vez que eu vi alabastro, depois de anos lendo essa palavra para descrever pescoços de donzelas nobres em romances clássicos.
Os tetos do palácio me impressionaram muito, e a wikipédia me conta que eles se chamam estalactites ou mocárabe. De qualquer forma, eles são maravilhosos.
A corte dos Mirtilos
Depois fui ao Palácio de Carlos V, bem mais recente do que os outros prédios. Hoje ele abriga um Museu de Belas Artes, qe é muito interessante por conter obras que mostram como a Alhambra era ao longo dos séculos.
Na parte mais alta, fui ao Generalife, que tira seu nome de uma palavra árabe para “Jardim do Arquiteto”. Era onde os reis mouros tinham hortas e pomares, e não tinha conexão com o palácio.
Depois de visitar o complexo, não deixe de visitar o bairro muçulmano de Albayzín e ver a fantástica vista para a Alhambra do alto do Mirador de San Nicolás.
Como visitar
Para garantir a conservação do prédio, o número de viajantes por dia é limitado. O ingresso online em alta temporada se esgota meses antes. Se você puder, reserve bem antes. Preste atenção na hora em que você reservar a entrada no palácio Nazaríes, você não pode entrar depois disso e é cerca de 15 minutos de caminhada da entrada principal. Muita gente gosta de deixá-lo para o final porque é uma das partes mais bonitas da Alhambra.
Você pode acordar bem cedo e chegar ao palácio antes que ele abra, já que a bilheteria tem alguns ingressos reservados para comprar pessoalmente. A maioria das pessoas já tá lá antes das 8, então madrugue mesmo.
Outro jeito de entrar no palácio sem comprar com antecedência é comprar o Granada City Pass. Você pode comprar a versão de 3 ou 5 dias e ele está disponível no Centro de Informações Turísticas, no quiosque do Audio Guide perto da Alhambra, no Granada Science Museum e no Caja Granada Bank. Você deve pagar em dinheiro e ele custa em torno de 33 euros (3 dias) ou 38 euros (5 dias). Especifique o dia em que você quer entrar na Alhambra e a hora em que você quer entrar no palácio Nazaríes.
Clique na imagem para ler mais sobre a Espanha.
Esse lugar parece apaixonante! Tenho que conhecer um dia, mas provavelmente vou comprar antes que esse negócio de acordar cedo não é comigo, haha
Hahaha, nem comigo, mas até curti chegar lá cedo.
Nossa, muito lindo! To pensando até em deixar de lado Madrid e ir para a Andalusia. Tenho dez dias na Espanha e também quero ir em Barcelona! O que você acha?
Ei, Sara tudo bom? Eu sou suspeita, porque a Andalusia foi de longe a parte da Espanha que mais amei. Mas eu faria cinco dias em cada.
Madrid também é interessante e tem day-trips muito legais, como Segóvia e Toledo, mas para mim a Andalusia foi incomparável…
Acho que vou fazer isso mesmo!
Também é mais fácil eu ter outra chance de ir a Madrid do que a Granada ; )
Isso é verdade!