Eu imagino que quem chega em Assis sem saber o que visitar descobre bem antes de chegar na cidade. Eu cheguei na cidade de trem, vindo de Perugia, e peguei um ônibus para o centro, e pouco depois já dava para ver de longe as igrejas penduradas nas colinas, cercadas pelos campos da Umbria.
E foi pelas igrejas mesmo que eu comecei minha visita, na Basilica di San Francesco, a atração mais famosa da cidade. Ela é composta de duas igrejas do século XIII, a Basilica Superiore e a Basilica Inferiore.
Eu visitei primeiro a Basilica Inferiore, que tem afrescos de Giotto e Cimabue, entre outros mestres do fim da Idade Média. Ela foi a primeira das duas a ser construída, em 1228, em um lugar que os locais chamavam de colina do inferno porque era onde criminosos eram executados. Logo depois mudaram o nome para colina do paraíso, como ainda o chamam.
Depois, visitei a Basilica Superiore. Ela tem um dos ciclos de pintura mais famosos da Itália, com 28 afrescos retratando a vida de são Francisco. Para vê-las em seqüência, a gente tem que começar na parede à direita, próximo ao altar, e girar a igreja em sentido horário.
Diz a tradição que os afrescos são obra de Giotto, um dos pintores mais famosos do início do renascimento italiano, mas provavelmente eles foram feitos por várias pessoas diferentes.
A igreja é conhecida pela beleza e como um lugar de peregrinação para cristãos, mas também por um desastre: durante um terremoto em 1997, o teto desabou. Muitos dos afrescos foram arruinados, e a igreja teve que ser fechadas para reformas. Um cinegrafista que estava lá, Ghigo Roli, capturou o momento exato em vídeo. Apenas dois anos depois, ela foi reaberta, e em 2000 virou Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Depois de visitar a Igreja, fui caminhar pela cidade, conhecida por ter ruas medievais muito preservadas. Achei impressionante, de novo por causa do terremoto, porque a cidade teve que ser muito reparada, mas não se vê. Ela é um exemplo de cidade na Itália que recebeu recursos e conseguiu se recuperar de um grande desastre – L’Aquila, ainda devastada uma década depois de um terremoto, é o triste exemplo contrário.
Cheguei na praça principal da cidade, a Piazza del Comune. Esse era o centro da cidade desde a época romana, e uma das construções da época ainda está de pé, o Templo de Minerva. No entanto, é só a fachada que está lá – por dentro, hoje ele abriga a Chiesa di Santa Maria Sopra Minerva, ou seja, a igreja de Santa Maria sobre Minerva. Sim, eles meio que tripudiam.
Quando cheguei na praça, estavam tendo um desfile de carros antigos.
Outra herança da época romana, mas essa menos aparente, é o Foro Romano. Ele hoje fica no subsolo da praça, já que a cidade moderna foi construída em outro nível. Hoje, ela é parte do museu arqueológico.
Continuei andando mais um pouco para visitar a Basilica di Santa Chiara, dedicada a outra dos santos famosos da cidade, santa Clara.
Nesse ponto, já dava para ver no alto de uma colina a Rocca Maggiore, o castelo da cidade. Ele foi construído no século XIV, e é famoso pela vista para a cidade e o campo ao redor.

Depois de passar o dia lá, voltei para Perugia, minha base na Umbria e uma cidade incrível.
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Excelente que riqueza
Que bom que você curtiu, Rosa.
Ótimo texto. Ótimas fotos.
Obrigada, Marcelo!