O Pantheon foi o primeiro lugar que eu visitei em Roma. Alguns meses antes de ir à Itália, eu tinha lido as Memórias de Adriano da Marguerite Yourcenar, e me apaixonado completamente pelo livro, pela autora e pelo imperador Adriano. Qualquer lugar que tivesse a mínima relação com ele me pareceria atraente, e o Pantheon foi terminado por ele. Além de ser considerado um dos prédios de Roma antiga mais bem preservados do mundo. Parecia irreal.
Eu andei até o Pantheon, que era perto do meu albergue, e me sentei na pracinha antes para poder ver bem o prédio. E para ficar viajando na fachada. Não é nada mal para um primeiro dia em Roma, sentar-se do lado de uma fonte do Renascimento e um obelisco egípcio para olhar para um prédio romano.
A lenda diz que o Pantheon foi construído para ser um templo para todos os deuses, o que parece duvidoso. Tito Lívio fala que um templo não podia ser dedicado a mais de um deus, para ficar claro que deus estava ofendido se o prédio fosse atingido por um raio. Cassius Dione, um senador romano, sugere em seus escritos que o nome Pantheon é na verdade um apelido dado ao prédio porque a sua cúpula seria semelhante à cúpula dos céus.
A cúpula foi construído com materiais diferentes: mais pesados embaixo, e mais leves em cima, para que ele não desabasse. Em cima, onde ele seria mais instável, a abertura do oculus o estabiliza, além de prover iluminação e ventilação para o prédio. Algumas das técnicas usadas nele foram estudadas por Brunelleschi, que as usou para construir o domo da incrível Catedral de Florença. No entanto, o Pantheon ainda é a maior cúpula de concreto não-reforçado do mundo.
Foi no século VII que o Pantheon foi convertido em uma igreja, dedicada a Santa Maria e os Mártires, e se salvou do abandono. O prédio foi modificado, como na construção de duas torres na fachada, e depois essas modificações foram destruídas quando o antigo voltou à moda. O teto de bronze foi derretido para fazer o baldachino de bronze da Basílica de São Pedro, por ordens do papa Urbano VII, da família Barberini. Isso levou um satirista da época a dizer que o que nem os bárbaros fizeram, os Barberini fizeram.

Dois reis da Itália estão enterrados no Pantheon: Vittorio Emanuele II e Umberto I, assim como a rainha Margherita. Além deles, também estão enterrados o compositor Arcangelo Corelli, o arquiteto Baldassare Peruzzi e os pintores Anibale Carracci e Raffaello Sanzio. O túmulo de Rafael, um dos maiores artistas do Renascimento, diz “Aqui jaz Raffaello, enquanto ele vivia, a natureza temeu ser sobrepujada por ele, e, enquanto ele morria, temeu morrer com ele”.
Os túmulos colocados no Pantheon foram o motivo pelo qual a palavra passou a ser utilizada para designar os lugares de enterro de pessoas célebres, como o Pantheon de Paris.
Anos depois retornei a Roma, e meu amor pelas Memórias de Adriano continuava, então visitei sua vila em Tivoli, uma cidadezinha perto de Roma.
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