Viena imperial: os palácios e catedrais para visitar

Quando a gente pensa na Áustria de hoje, pensamos em um país minúsculo, com Alpes e Torta Sacher. É fácil esquecer que Viena já foi a capital de um império enorme. Depois da Primeira Guerra Mundial, o Império Austro-Húngaro se dissolveu. A área dominada por Viena passou de 681 mil km² para 83 mil km². Os húngaros até hoje brincam que eles perderam tanto território que eles são o único país da mundo que é cercado por ele mesmo.

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A capital de um império assim tinha que ter um palácio de acordo, e Viena tem dois, o Hofburg e o Schonbrunn. Como não coloquei os palácios reais como prioridade, e não queria visitar os dois, resolvi visitar o Schonbrunn.

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A história do Schonbrunn começa no século XVI, quando o Imperador Maximiliano do Sacro Império Romano-Germânico comprou a terra e a usava para caçar, trazendo vários animais exóticos – o que depois se tornou o zoológico do Schonbrunn. Foi mais de um século depois que o palácio começou a assumir a forma e tamanho que tem hoje. Maria Theresa, recebendo-o como presente de casamento em 1740, remodelou o palácio completamente.

Algumas pessoas consideram o Schonburg como a obra da vida de Maria Theresa. Ela era uma figura interessante. Única mulher a assumir o trono do Império Austro-Húngaro, ela não o fez sem controvérsia. As guerras de sucessão duraram sete anos, complicadas pelo fato que ela tinha duas primas que teoricamente estavam na frente na linha de sucessão e que apesar de ser vista como a herdeira presuntiva desde o nascimento e ter assistido sessões do conselho que governava o país desde os 14 anos, ela nunca tinha discutido os assuntos de Estado com o pai ou sido efetivamente preparada para governar. Seu governo foi marcado por reformas em várias áreas, como o exército, a medicina, o sistema educacional (apesar disso, cerca de metade da população austríaca era analfabeta até o século XIX), abolição da queima de bruxas e da tortura (que Maria Theresa queria manter). Mas ela se recusou a permitir a liberdade religiosa e era notoriamente anti-semita.

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Eu comecei pelo Grand Tour, visita guiada por 40 cômodos lá dentro. A visita durou em torno de uma hora. Em cada quarto, eles falavam de algo, como o dia-a-dia no palácio, a etiqueta e alguns de seus ocupantes mais famosos. Eles falam de Maria Theresa e sua filha mais famosa, Maria Antonieta, Franz Joseph, Sissi, Napoleão, que se hospedou no palácio quando ocupou Viena, e seu único filho, que cresceu lá.

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As fotos acima foram tiradas do site oficial do Palácio, já que não era permitido fotografar lá dentro.

Depois fui visitar os jardins. A Fonte de Neturno e a Gloriette no alto da colina são destinos óbvios, mas ele não é absurdamente grande, e dá para ar uns passeios sem rumo encontrando lugares interessantes.

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O Hofburg pode interessar muitos não só como palácio real, mas por ter o Museu da Sissi. Sissi foi uma figura muito romantizada, principalmente pelos filmes, em que ela é uma princesa-linda-perfeita-igual-aos-contos-de-fada. Na verdade, ela era uma figura bem mais complexa. Ela se casou com o Imperador por amor, mas depois nunca conseguiu se adaptar à vida da corte em Viena. Hoje, vários psicólogos já teorizaram que ela sofria de depressão, ansiedade e anorexia nervosa, piorados pela sogra controladora que não a deixava chegar perto dos próprios filhos. Ela passava o tempo viajando, ao invés de cumprir seu papel de imperatriz, e por isso era menosprezada em Viena. Tudo piorou com a morte de seu único filho, Rudolf, que aparentemente se matou em um assassinato-suicídio com sua jovem amante, que o imperador não aprovava. O diretor húngaro Miklós Jancsó fez um filme, Vícios privados e virtudes públicas, inspirado por alto no caso dos dois.

A Catedral de St. Stephan é outro dos lugares que mais evocam os Habsburgo em Viena. Afinal, o brasão deles está no telhado da igreja. Com os turistas, o mais popular é subir e ver a vista, que é realmente ótima.

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Também fui a Cripta Imperial, creepy, mas fichinha para quem já foi a Kutna Horá, Hallstatt e as catacumbas de Paris ou Palermo (as mais pesada de longe).

Clique na imagem para ler mais sobre a Áustria.

2 comentários

  1. Lívia

    Ótimas fotos do palácio! Vou ficar lá do lado quando for para Viena. Você levou que câmera?

    1. Julia Boechat

      Oi, Lívia, tudo bom? Fiquei lá perto também.
      Essas fotos foram tiradas com meu celular da época, um Nexus 5 (o celular do Google). A maioria das fotos aqui do blog são de celular mesmo, mas estou querendo investir em uma boa câmera!

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