Visitando a Varsóvia de Chopin

Chopin é um dos mais famosos poloneses de todos os tempos, além de um dos mais famosos compositores, e uma figura essencial do romantismo. Na Polônia, ele também é um símbolo para nacionalistas, e dá o nome ao aeroporto perto de Varsóvia. Os lugares da vida dele na Polônia são marcados, e formam um itinerário interessante na capital polonesa.

O compositor nasceu perto de Varsóvia como Fryderyk Chopin, filho de um francês (um dos motivos pelos quais o nome dele é pronunciado “Chopán”, à francesa) e uma polonesa, e passou os primeiros vinte anos da sua vida em Varsóvia. Chopin começou a ter aulas de música muito cedo, e logo ficou aparente que ele era uma criança prodígio. Ele deu os primeiros concertos públicos aos oito anos de idade. 

O primeiro lugar que vale a pena visitar são os chamados Bancos de Chopin. Eles são 15 bancos de granito preto espalhados pela cidade em lugares que se conectam com a vida do compositor, que contam um pouco de sua história e tocam a sua música. Eles foram desenhados pelo Professor Jerzy Porębski, em colaboração com o Museu Chopin, e ficam nos seguintes lugares:

  1. Palácio Kazimierzowski – para onde a família se mudou em 1817 – Waltz in E minor (op. posth.); 45″ 
  2. Palácio Radziwiłł – onde ele fez seu primeiro concerto público, aos 8 anos de idade – Rondo in C minor Op.1; 32″ 
  3. Palácio Czapski – para onde a família Chopin se mudou em 1827, onde ele tinha um quarto próprio com um piano – Waltz in D-flat major Op. 64 No. 1; 42″ 
  4. Palácio dos Saxões – Chopin estudou no Liceu de Varsóvia, dentro do palácio, onde seu pai também era professor – Mazurka in B-flat major Op. 7 No. 1; 36″
  5. Jardim dos Saxões – onde Chopin passeava sempre com a família, durante a infância – Nocturne in B major Op. 9 No. 3; 47″ 
  6. Conservatório de Música – onde Chopin estudou – Waltz in E-flat major Op. 18; 39″
  7. Praça Krasińskich – Chopin fez um concerto nessa praça, em frente ao palácio – Mazurka in A minor Op. 17 No. 4; 39″.
  8. Rua Miodowa – onde artistas costumavam se reunir em cafés quando Chopin era jovem. Ele visitava a rua quase todos os dias – Mazurka in A minor Op. 68; 34″ 
  9. Rua Kozia – a rua era sede o café preferido de Chopin, “U Brzezińskiej” – Song “Merrymaking”; 29″  
  10. Igreja das Visitações – Onde Chopin via a missa de domingo, e onde já tocou o órgão – Largo in E-flat major (op. posth.); 46″ 
  11. Palácio Zamoyski – palácio onde morava a irmã de Chopin. Em 1863, um atentado contra o General Fyodor Berg, governador do tsar russo, foi cometido dentro do palácio, e tropas russas saquearam o palácio em vingança, destruindo um piano que pertencia a Chopin  – Etude in C minor Op. 10 No. 12; 42″ 
  12. Palácio Wessel – de onde Chopin partiu, quando saiu da Polônia para ir a Paris – Grande Polonaise in E-flat major Op. 22; 35″  
  13. A Igreja da Santa Cruz – onde está enterrado o coração de Chopin – Funeral March from Sonata in B-flat minor Op.35; 45″ 
  14. Gniński – Ostrogski Palace – perto do atual Museu Chopin – Ballade in F minor Op. 52; 42″ 
  15. Parque Łazienki Królewskie – onde fica a mais famosa estátua de Chopin – Polonaise in A major Op. 40 No. 1; 39″

Quando Chopin terminou a sua educação em Varsóvia, ele tinha planos de ir para a Itália, mas essa era a época . Ele resolveu então ir para a França, mas pode apenas conseguir um visto de passagem, declarando que o seu destino final era Londres. Ele acabou ficando na França pelo resto da vida, como parte da “Grande Migração”, como os poloneses chamam o número de compatriotas que, com a divisão da Polônia entre a Rússia, a Áustria e a Prússia, acabaram se mudando do país. Chopin acabou ganhando um passaporte francês, com o nome de Frédéric Chopin, mas sempre se considerou polonês. O Museu Chopin conta a história de como ele conseguiu viver com o apoio dos Rothschild, livrando-se da obrigação de dar concertos em público, que ele detestava, de sua amizade com músicos famosos como Liszt, e de duas relações com mulheres, principalmente o seu famoso romance com a escritora George Sand. O Museu também tem um número enorme de memorabilia do compositor, inclusive um de seus pianos, e conta a história da evolução da sua música.

O Museu também fala muito sobre a questão nacional da sua época. Chopin foi inspirado pelos músicos mais famosos de sua época, mas também pela música tradicional da Polônia, que ele tornou famosa na Europa inteira com as suas marzucas e polonaises. O museu também tem um subsolo em que as obras dele estão divididas por estilo e época, com explicações de especialistas. É um lugar onde dá para passar horas facilmente, só escutando a música e lendo sobre Chopin.

Quando Chopin morreu de tuberculose, com apenas 39 anos, ele fez o pedido que o seu coração fosse levado de volta para a Polônia. A sua irmã mais velha, Ludwika Jędrzejewicz, levou-o de volta, contrabandeado em uma garrafa de conhaque. Ela o levou para a Igreja da Santa Cruz, onde ele foi enterrado embaixo de um monumento. O monumento logo se tornou um lugar importante para nacionalistas poloneses, que lutavam pela independência do país. Ele tinha um poder tão forte como símbolo, que os nazistas, quando invadiram a Polônia, roubaram o coração (e proibiram a música de Chopin). Depois da guerra, ele foi devolvido à igreja.

Além disso, outro lugar interessante para visitar é o Parque Łazienki Królewskie, um dos parques principais de Varsóvia. Eles tem a mais conhecida estátua de Chopin da cidade, e onde no verão tem concertos dedicados a Chopin todo domingo, ao meio-dia.

Crédito: wikicommons

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