Volta ao Mundo em Livros: Barbados – How the One-Armed Sister Sweeps Her House

Sempre bom quando a gente encontra livros e filmes das regiões que são mais complicadas aqui no projeto, das quais não ouvimos falar tanto. E sempre bom quando um livro vem recomendado por um prêmio que eu adoro, como o Women’s Prize for Fiction. Então assim que eu escolhi o livro How the One-Armed Sister Sweeps Her House, de Cherie Jones, para representar Barbados.

O romance se passa durante um verão em Barbados, em 1984. Um turista é assassinado durante um assalto em casa, e isso se torna central na história de várias pessoas – a sua viúva, o detetive investigando o caso, o seu assassino, a esposa dele, presa em um casamento abusivo.

É essa esposa, Lala, o personagem principal do romance. Ela tem dezoito anos, está grávida do marido violento, e escapou com ele de uma situação em casa que é tão absurda quanto, resultado de gerações de casamentos abusivos com homens violentos. Ela trabalha na praia, fazendo tranças para turistas estrangeiras. O título, sobre a irmã de um braço, vem de um conto que Lala ouviu da avó, e que parece avisar jovens mulheres dos perigos de desobedecer os mais velhos. No entanto, bem cedo a gente entende que naquela casa, obediência também não garante nem as coisas mais básicas, como segurança.

“She did not understand that for women of her lineage, a marriage meant a murder in one form or another.”

A viúva, Mira Whalen, também outro personagem central. Originalmente de Barbados, ela se casou com um inglês rico, mas, quando ele morre, ela percebe o quanto ela acabou isolada tanto na sua cidade natal quanto em Londres. Depois do assassinato do marido, ela tenta reconstruir a vida, mas continua sentindo que tem algo faltando, que ela não consegue seguir em frente quando a polícia não consegue achar o culpado.

Acho necessário avisar que esse romance tem um número absurdo de gatilhos. Tem muita violência sexual e violência doméstica, negligência e abuso de crianças, e acho que nem consigo lembrar todos os traumas que eles descrevem. Com todos eles, e com o contraste entre o momento de encontro do turista rico e dos locais pobres, fica bem a impressão que o romance dá os “bastidores do paraíso”, o que acontece por trás dos resorts e das vilas de luxo que são tudo que a maioria dos turistas vêem. Realmente é um romance muito bom, valeu muito a pena, e achei que foi uma ótima adição para as leituras sobre o Caribe.

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