Vitebsk – a fotogênica cidade dos pintores de Belarus

Vitebsk (Витебск, em russo, e Ві́цебск, em belarusso) é mais conhecida no exterior como a terra natal de pintores famosos. O mais conhecido de todos é Marc Chagall, e já fizemos um itinerário sobre os lugares importantes da vida dele. Mas também é a casa de Yeshua Pen, Ossip Zadkine, Lazar Lagin, El Lissitzky. Para os belarussos, é a fotogênica cidade dos pintores, que inspirou todos eles com seu horizonte de igrejas brancas no topo de colinas, na beira do rio Dvina. 

O primeiro lugar para visitar geralmente é a Catedral da Assunção (Свято-Успенский кафедральный собор), no topo de uma colina e visível da cidade toda. Nesse lugar, sempre houve um templo, desde a época que Vitebsk ainda era pagã. Quando o país virou cristão, foi sob o ducado da Lituânia, e uma igreja católica foi construída aqui. Ela foi queimada várias vezes durante os próximos séculos, inclusive durante uma invasão russa, por ordens do tsar Piotr I. Finalmente, o Império russo construiu uma catedral ortodoxa no lugar, que foi destruída dois séculos depois, durante a União Soviética. A versão atual é uma reconstrução dos anos 2000.

Descendo a enorme escadaria da Catedral, tem o Convento do Santo Espírito (Свято-Духов женский монастырь), um original do século XVIII. Eu e minhas amigas entramos lá para dar uma olhada, e uma das monjas, vendo que éramos turistas, quis saber mais sobre de onde éramos e o que estávamos fazendo em Belarus. Ela acabou dando para a gente um tour do convento, que nem estava aberto para visitantes, e foi muito interessante.

Bem em frente ao Monastério, fica a Ponte dos Leões, também conhecida como Ponte Púchkin, em homenagem às estátuas que a rodeiam: quatro leões, um em cada canto da ponte, e lá perto uma escultura do grande escritor russo Aleksandr Púchkin.

Mas ainda antes de atravessar a ponte, tem a rua Tolstói, uma das mais agradáveis da cidade, cheia de casas antigas e restaurantes. Ela acaba em uma praça, onde fica outr das igrejas mais famosas da cidade, a Igreja da Ressurreição (Свято-Воскресенск

ый церковь), uma igreja barroca. Diz a lenda que Napoleão, durante a marcha para Moscou, ficou encantado por ela. Durante a época soviética, os afrescos foram cobertos, mas desde então ela foi restaurada.

A Ratusha é a prefeitura da cidade, um prédio autêntico do século XVIII, onde fica hoje um museu dedicado à história da cidade. Em frente a ele, tem uma estátua equestre, dedicada ao duque Algirdas, governante da Lituânia medieval que criou um império que se estendia do Báltico ao Mar Negro.

Uma das ruas mais famosas do centro é a Krylova, conhecida por ter preservado seu conjunto histórico de prédios.

Outro dos pontos mais famosos também é uma igreja, a Igreja da Anunciação (Благовещенская церковь), uma reconstrução feita em 2009 de uma igreja do século XVIII. Essa foi a primeira igreja construída na cidade, por ordens de Olga de Kiev, mas em um lugar onde sempre existiram templos, desde que o território era pagão. Ela foi destruída durante a Segunda Guerra, mas ainda é a igreja mais popular de Vitebsk. No prédio, dá para ver marcada na construção o ponto em que as ruínas da antiga igreja dão lugar para a reconstrução. Do lado dela fica a Igreja Aleksandr Nevski (Храм святого благоверного князя Александра Невского), de madeira. Ela foi construída para ser uma igreja temporária, mas desde então foi adicionada à lista de igrejas de Vitebsk.

A cidade também é um festival famoso, o Slavianski Bazaaar, que se tornou o maior evento da cidade. Ele é um festival da canção, popular em todos os países eslavos.Hoje ele é um festival de música, teatro, literatura e cinema. Se for em outra época, ainda dá para ver no centro o lugar em que ele geralmente acontece, o Anfiteatro de Verão.

Eu também fui um pouquinho fora do centro, para descobrir o que era a silhueta com três pontas que dava para ver de longe. Era o Memorial das Três Baionetas (Мемориальный комплекс “Три штыка”) localizado no centro do parque Pobedy, ou parque da vitória. O discurso é do sacrifício heróico do povo soviético em nome da vitória, algo que a gente já criticou aqui várias vezes, como nos posts sobre o Museu do Cerco de Petersburgo e no Museu Judaico de Moscou. Pode parecer estranho para quem visita que ele não fala muito sobre o Holocausto, especialmente em uma cidade que era conhecida por ter uma grande população judaica, mas infelizmente era a norma na região, onde, nos anos posteriores, judeus ainda eram perseguidos.

E claro, mostrando mais algumas fotos do fantástico centro de Vitebsk.

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