Bosa, passeio na beira de um rio da Sardegna

Quando eu viajo para regiões diferentes da Itália, gosto de dar uma olhada na lista de Borghi Più Belli d’Italia, uma lista que elegeu as cem cidadezinhas mais lindas da Itália. Na Sardegna, consegui visitar uma delas, Bosa, conhecida pelas casinhas coloridas na beira de um rio, com um castelo em cima de um morro.

Eu visitei Bosa pelo dia, a partir de Alghero, e a estrada já foi uma atração. Ela vai sempre pela costa, e já foi eleita uma das mais bonitas do mediterrâneo. Mas por seguir o litoral é cheia de curvas, então também encare isso como um aviso para quem enjoa. Leve seu salzinho, seu pacote de chicletes, sua pulseira de acupuntura, ou o que funcione!

Chegando em Bosa, já vi o primeiro motivo pelo qual a cidade é famosa, as casas coloridíssimas. Eu cheguei e fui para o alto, procurando para o castelo, e não é difícil achá-lo, já que tem escadas por todo o centro para chegar lá.

Uma das maiores atrações de Bosa é o Castello Malaspina, do qual dá para ver a cidade inteira. O Castelo foi construído nos séculos XII e XIII, pela família toscana dos Malaspina. Ele hoje é pouco mais de uma ruína, e não existe realmente um “castelo” para visitar. Mas dá para visitar a Chiesa di Nostra Signora di Regnos Altos, uma igreja do século XIV que ainda é famosa pelos afrescos. 

Fotos dentro da igreja não são permitidas, então a foto é do folheto turístico mesmo
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Além disso, o Castelo é famoso pela vista para a cidade em volta, o rio e o mar. As muralhas dele foram preservadas, então dá para dar a volta nelas olhando a vista.

O centro de Bosa é super charmoso, e todo o material de propaganda que vi sobre ele faz questão de destacar que, apesar de ser uma cidadezinha famosa e muito visitada, ele é um lugar onde pessoas de verdade vivem, e não um museu, ou uma cidade disneyficada. Bosa tem 8 mil habitantes, e é bom saber que eles não foram expulsos do centro pelo turismo.

Um dos lugares para visitar no centro é a Cattedrale dell’Immacolata, a igreja principal da cidade, construída em estilo rococó, ou Barroco piemontês, como é conhecido por lá, e visível na maioria da cidade pela cúpula com maiolica. Além disso, no centro ficam os museus mais famosos da cidade, o Museo Casa Deriu, que conta a história da arte e artesanato local. Em frente a ele fica a Pinacoteca, que abriga o trabalho do artista sardo Antonio Atza.

De lá cheguei no rio Temo, o único rio navegável da Sardegna. Na beira do rio fica a vista famosa, com a ponte, chamada de Ponte Vecchio, ou ponte velha, a igreja, as casas coloridas e o castelo.

Do outro lado do rio, fica outra vista famosa da cidade, dos antigos Curtumes (concerie em italiano, e sas conzas em sardo). Eles foram construídos nos séculos XVII e XVIII, e hoje são tombadas como exemplo da arquitetura industrial italiana. Hoje elas abrigam um museu que conta essa história.

De Bosa, nós queríamos checar Bosa Marítima, e normalmente dizem que é fácil encontrar passeios de barco. Nós não achamos nenhum, mas era uma época estranha por causa da pandemia, e embora já fosse possível viajar na Itália, muitos lugares estavam meio vazios ou com horários cortados. Então a gente decidiu simplesmente ir andando, já que o google indicava que eram apenas vinte minutos, e que a gente podia pegar o ônibus para voltar para Alghero diretamente de lá. Como resolvemos ficar perto da linha de ônibus, não fomos à parte mais famosa da praia, as piscinas naturais em Cane Malu, mas conseguimos ver a praiazinha com uma torre aragonesa na ponta, que já foi eleita a mais limpa da Itália.

Foi esse o meu passeio por Bosa, e às seis já tive que voltar para Alghero no último ônibus. Mas deu para curtir um pouco essa cidade linda, e realmente achei que mereceu o seu título como uma das cidades mais lindas da Itália. Então aproveitando para colocar algumas fotos a mais do centro.

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