Volta ao Mundo em Filmes: Belarus – Crystal Swan

Chegou a vez de Belarus no projeto, e não achei muitas opções online. Além dos filmes de Sergei Loznitsa, originário da Ucrânia e que gravou nos dois países, um dos filmes que pareciam mais promissores foi Crystal Swan, de Darya Zhuk. Então no final, foi esse o meu escolhido.

Em Crystal Swan, a protagonista é Velya (Alina Nasibullina), uma jovem de Minsk que sonha em ser uma DJ. Ela frequentemente toca em um clube decorado com estátuas da época soviética, em que as pessoas dançam cercadas de Lenins e Stalins, e sonha em conhecer Chicago, onde a música House foi inventada. Mas na Belarus dos anos 90, pouco depois do colapso da União Soviética, ela sabe que é difícil conseguir um visto para os Estados Unidos.

Para melhorar as chances de conseguir um cisto, Velya consegue comprar papel timbrado de uma fábrica de cristal, e escreve um falso contrato em que ela clama ganhar 600 dólares por mês. A entrevista no consulado vai bem, mas o funcionário diz que vai conferir tudo no telefone da empresa, e é aí que ela começa a se preocupar. Porque ela escreveu o telefone que ela tinha mal e mal conseguido ler no papel timbrado, e errou um número, e agora ela tem que assegurar a mentira. 

Velya acaba em uma cidadezinha perdida onde, com suas roupas mega coloridas, ela se destaca ainda mais que em Minsk, para a casa de uma família aleatória que ela tem que convencer a deixá-la esperar ao lado do telefone pelo telefonema da embaixada. O filme tem toques de comédia e de drama, enquanto ela espera ao lado do telefone na casa de uma família que claramente não entende essa mulher estranha da capital ali na casa deles falando dos Estados Unidos. Eles estão todos preocupados em organizar o casamento do filho mais velho, e pouca paciência com ela. Então as grandes questões são se o telefone vai tocar, e se Velya vai conseguir estar lá para atendê-lo.

O filme começa como comédia de costumes, mas se torna algo bem mais pesado pelo meio, o que dá mais urgência ao desespero de Velya de sair de lá. Os aspectos do país que tinham sido apresentados sobre uma lente cômica – a falta de empregos, a falta de oportunidades para Velya na área em que ela formou, o direito, o colapso do país depois do colapso da União Soviética, tudo de repente parece menos excêntrico e mais trágico.

Apesar disso, deu vontade de visitar Minsk e o club onde eles tocam música cercados de estátuas soviéticas. E deu para conhecer um pouco das diferenças entre a capital e as cidadezinhas perdidas do país, e por isso achei que foi uma boa escolha para Belarus.

Deixe uma resposta