Comecei a procurar um filme para a Mongólia, e as opções não eram muitas, mas pareciam interessantes. Um dos filmes que me atraiu foi A Caverna do Cão Amarelo, dirigido por Byambasuren Davaa, e acabou sendo o escolhido para o projeto.
O filme começa com a pequena Nansal, de seis anos, que volta para casa do internato, e encontra os pais, nômades que vivem nas estepes da Mongólia. Um dia, quando ela está ajudando os pais a cuidar do rebanho, ela encontra uma caverna e nela, um cachorro. Ela fica completamente apaixonada com o cachorro, e dá a ele o nome de Zochor. Para o pai dela, porém, ele é uma fonte de preocupação: o rebanho tem sido atacado por lobos, e ele tem medo que um lobo sinta o cheiro do filhote e o siga até onde eles vivem.
Enquanto isso, Nansal se perde um dia, enquanto pastoreia o rebanho, e acaba na cabana de uma mulher mais velha, que conta para ela uma lenda tradicional, de um homem que tem que prender seu cachorro amarelo em uma gruta, para salvar a vida da filha.
A história é bem simples, sobre o conflito entre o pai e a filha para manter o cachorro, mas o que eu realmente curti no filme foi como ele mostra o modo de vida deles por meio dessa trama. O filme várias vezes acompanha a mãe enquanto ela esquenta leite, ou faz queijo. Nansal aos seis anos já pastoreia o rebanho montada em um cavalo. E a gente vê uma cena muito impressionante no final do filme deles que desmontam o yurt e se preparam para reconstruí-lo em outro lugar. Os momentos em que vemos carros e motos são os únicos que nos lembram que o filme se passa nos dias de hoje, Nos outros, a narrativa é quase atemporal.
Por isso foi muito bom para conhecer uma parte da Mongólia, e o estilos e vida nos nômades nas estepes, e foi uma boa escolha para representar o país.