Um itinerário pelo centro histórico de Tbilisi

Caminhar pelo centro de Tbilisi é um prazer enorme. Em qualquer direção que caminhe, você vê uma sucessão de varandas de madeira decoradas, igrejas medievais e pátios coloridos. Tbilisi é uma cidade fácil de andar, mas para visitar o centro, eu recomendaria sapatos confortáveis porque o chão é de paralelepípedos e tem algumas ladeiras, e roupas “modestas” para entrar nas igrejas. Nas igrejas da Geórgia, você tem que ir com os joelhos e ombros cobertos, e mulheres precisam de um lenço para cobrir os cabelos. Todas as igrejas em que eu fui tinham um cestinho do lado de fora com panos para você se cobrir, mas às vezes todos estavam sendo usados e você tinha que esperar um pouco, por isso é mais fácil já levar.

Entrando na cidade velha vindo da Praça da Liberdade, a gente passa por um trecho das muralhas da cidade, onde sempre tem gente vendendo livros.


Na entrada da cidade velha, já vemos muitas varandas e prédios típicos, alguns muito preservados, outros bem menos.
Prédios menos preservados. Você vê a quantidade de escadas, porque eles eram casas de família que foram divididas para várias durante o comunismo. As escadas eram para dar a elas mais privacidade, com entradas próprias para a casa.

A Torre do Relógio é uma estrutura nova, mas que virou um dos símbolos do centro histórico. Ela parece tirada de um conto de fadas, e foi construída como parte do teatro de fantoches Gabriadze. A cada hora, um anjo sai de uma das janelas da torre para bater em um sino.

A igreja mais antiga que ainda está de pé em Tbilisi é a Basílica Anchiskhati, construída no século VI. O nome da igreja vem de um ícone que ficava na igreja de Anchi, em Karjeti, que hoje em dia fica na Turquia, e foi trazido para Tbilisi. Hoje ele fica no Museu de Belas Artes.

Um lugar interessante é a Residência do Patriarca, onde vive o líder da igreja ortodoxa da Geórgia, assim como o jardinzinho em frente.

Uma das atrações modernas do centro histórico, e que dá para ver no fim da rua, é a Ponte da Paz, de aço e vidro, desenho do italiano Michele de Lucchi e inaugurada em 2010.

Vista da ponte
Outros lugares modernos de Tbilisi que dá par ver de lá, como o Parlamento da Geórgia e esse teatro moderno perto do rio.

De lá a gente chega na rua Erekele II, cheia de restaurantes e galerias de arte.

Meus amigos me esperando na milésima vez que parei para tirar fotos da rua

A catedral de Sioni vem do século VI, e desde então foi destruída e reconstruída muitas vezes. Ela tem esse nome por causa do Monte Sião, em Jerusalém. A que a gente vê vem do século XIII. Lá fica a cruz de Santa Nino, que, segundo a lenda, é feita de por ramos de videiras com o cabelo da santa. Mas só dá para ver uma réplica, já que a cruz de verdade é mantida dentro da igreja.

A igreja de Jvaris Mama fica nesse lugar desde o século V, mas a encarnação atual vemo do XVI. Dentro, ela é coberta de afrescos coloridos. Do outro lado do pátio fica a igreja de Norasheni, uma igreja armênia, de 1793.

O Museu de História de Tbilisi fica em um antigo caravanserai, os estabelecimentos que abrigavam mercadores das caravanas que percorriam a rota da seda do Cáucaso. Eles tem modelos e fotos de casas antigas de Tbilisi, roupas do século 19 e mesmo a reconstrução de uma rua. No subsolo, ele tem pequenas lojas que vendem cerâmicas, quadros, e outros objetos típicos.

Em frente ao museu, fica esse bondinho antigo transformado em sorveteria
E em frente ao bondinho, em um subsolo, tem uma padaria famosa, se você precisar se reabastecer de khatchapuri

Em frente ao museu fica uma estátua dedicada ao Tamada, que é o responsável por fazer brindes em banquetes na Geórgia.

A Praça Meidan vem da época tsarista, e era onde ficava um bazar famoso de Tbilisi.

De lá, a gente chega em Abanotubani, os famosos banhos de enxofre de Tbilisi. De cima, a gente vê os domos das casas de banho, e isso contribui para o aspecto estranho do lugar.

A que parece tirada da Rota da Seda é Orbeliani, uma das mais famosas,

Se você seguir o rio, chega em uma cachoeira, bem no centro da cidade. Nadar é proibido e dá multa, mas dá para ver muita gente fazendo isso quando tá quente.

De Abanotubani, dá para subir a pé para a Fortaleza de Narikala, mas eu recomendo atravessar a ponte e ir até o parque Rike para pegar o bondinho, porque a vista vale a pena.

Atravessando a ponte, você também vai passar pela igreja de Metekhi fica em um posto elevado nas margens do rio Metekhi. Foi aqui que o rei Vakhtang Gorgasali construiu um palácio e essa igreja, e proclamou Tbilisi a capital da Geórgia, no século V. Várias igrejas foram construídas nesse lugar, inclusive uma por um dos reis mais famosos da Geórgia, David, o construtor, no século XII, e destruída pelas invasões mongóis no século seguinte. A igreja atual vem do século XIII, e foi pensada como uma reconstrução dessa igreja. Do rio a gente também tem uma vista bem bonita da fortaleza de Narikala, na margem onde a gente estava.

Chegando no bondinho, que é considerado parte do transporte público de Tbilisi, por isso você precisa do cartão de metrô, mas dá para comprar lá se você não tiver um. Quando eu fui, tinha duas filas, uma para quem já tinha o cartão e uma para quem não o tinha.

A Fortaleza de Narikala foi construída no século IV, como uma citadela persa. Depois, a maioria das muralhas foram construídas no século VIII, pelos emires árabes, que tinham um palácio lá. O lugar passou em sucessão para georgianos, persas de novo, turcos e russos, até que os russos causaram uma explosão de munição lá. Desde então ela é uma ruína que domina o panorama da cidade. A igreja lá dentro, dedicada a São Nicolas, foi reconstruída.

Perto da Fortaleza fica outro monumento que dá para ver do centro todo, a estátua da Mãe da Geórgia. É uma estátua de alumínio de vinte metros de altura, segurando uma espada em uma mão – para os inimigos – e uma taça de vinho na outra – para os amigos. 

Lá em cima também fica o Jardim Botânico, que vale muito a pena visitar. É um lugar tranquilo com pequenas cachoeiras e a única mesquita que ainda existe em Tbilisi, um prédio de tijolos vermelhos.

Na descida de Narikala, dá para passar pela Catedral Armênia de São Jorge foi construída na Meidan em 1251, mas a estrutura atual vem do século XVIII. O poeta armênio Sayat Nova, que inspirou o filme A Cor da Romã, de Parajanov, foi morto aqui durante a invasão persa de 1795, e seu túmulo fica na igreja.

E continuando a descida tem muitas vistas lindas.


A Catedral de Tsminda Sameba (santa trindade), que dá para ver nessa foto, é considerada o maior símbolo da reconstrução da Igreja Ortodoxa Georgiana depois da queda da União Soviética. Ela foi construída nos anos 90, e consagrada em 2004. Ela foi planejada como uma síntese dos estilos que dominaram a arquitetura religiosa da Geórgia.

O post já está enorme, mas é impossível resistir a colocar mais fotos do centro.

Vale para essa Geórgia também
Outro caravanserai, que visitei no Free Walking Tour de Tbilisi

Essas são algumas idéias de passeios pelo centro, espero que vocês tenham curtido.

Clique na imagem para ler mais sobre a Geórgia.

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