Volta ao Mundo em Filmes: Nepal – White Sun

Escolhi para o Nepal o filme White Sun, de Deepak Rauniyar, que recentemente apareceu em vários festivais na Europa, inclusive em Veneza, e parecia interessante para mostrar um pouco da história e cultura do país.

O filme começa com a morte de um homem idoso, o líder de uma vila remota nas montanhas do Nepal. Os outros homens da vila tentam tirar o corpo do quarto dele pela janela, já que segundo a tradição um corpo não pode ser retirado de casa pela porta da frente, mas eles tem muita dificuldade porque na vila praticamente só restaram homens idosos. Quando o corpo quase cai, Durga (Asha Magrati), a nora que cuidou dele durante a doença, tenta ajudar, e alguns dos homens ficam furiosos, porque segundo a tradição mulheres não podem encostar no corpo.

Finalmente, o filho do falecido, Chandra (Dayahang Rai) chega à vila para ajudar com o ritual. Ele não vinha à cidade há mais de uma década, quando ele se juntou aos guerrilheiros maoístas durante a Guerra Civil do Nepal, de 1996 a 2006. Ele lá é uma figura controversa, já que a maioria dos idosos da vila apoia o rei do Nepal. Além disso, ele era casado com Durga, uma mulher com quem ele lutou para se casar porque ela era de uma casta mais baixa, e desde então ela teve uma criança, uma menina que está ansiosa para descobrir se Chandra é seu pai. Mas quando ele chega, vem acompanhado de Badri (Amrit Pariyar), órfão da guerra, que fica claramente feliz quando as pessoas da vila começam a especular que ele é filho de Chandra.

Chandra só quer cumprir os rituais para cuidar do corpo do pai, que já faleceu há três dias, mas encontra dificuldades para levar o corpo dele até o rio, de novo porque a maioria dos homens são idosos, que não conseguem carregar o corpo. Ele tem que pedir ajuda para cumprir esses ritos marcados por separações de casta e gênero nas quais ele não acredita, e vai de lugar a lugar tentando conseguir auxílio.

O filme realmente me ensinou bastante sobre a cultura do Nepal, principalmente em torno dos ritos fúnebres, e sobre sua história, principalmente sobre o sistema de castas e a guerra civil entre monarquistas e maoístas, tão recente. Por isso foi uma boa escolha, além de ser um filme muito bem feito, com ótimas atuações. Gostei muito do filme.

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