A diversidade dos povos da Rússia no Museu etnográfico de Petersburgo

Uma das melhores experiências que a gente pode ter em um museu, na minha opinião, é a sensação de que a cabeça se abriu para todo um universo que você não tinha idéia que existia. Outra das melhores é a de se sentir inspirada, o que, para alguém que ama viajar como eu, freqüentemente significa querer viajar para lugares que antes você mal sabia que existiam. E eu tive ambas no Museu Etnográfico de Petersburgo, quase ao fim de uma viagem de três meses pela Rússia, quando fiquei pensando sobre quanto do país ainda quero conhecer. Já peço desculpas pelas fotos através de vidros, mas foram o que deu em algumas das exposições.

Além disso, o museu fica em um prédio lindo

A coleção do museu começou em uma época de grande expansão do império russo, em que havia a necessidade de aprender mais sobre os povos diferentes que agora estavam dentro dele. Por isso, o museu tem coleções sobre outros países, como os Países da Ásia Central, do Cáucaso, a Ucrânia, a Bielorússia e a Finlândia. Nas regiões de fronteira, também há bastante diversidade, com comunidades de todos esses grupos que moram do lado russo. No noroeste do país, por exemplo, fica o povo Sami, uma comunidade que historicamente acabou dividida entre a Rússia, a Finlândia, a Suécia e a Noruega. O museu tem muitos itens da cultura Sami, como trenós, roupas típicas e utensílios de cozinha.

O museu também conta um pouco sobre povos que não eram considerados bem russos por causa da religião. Muitos países forjam a unidade nacional um uma imagem de um cidadão comum, e na Rússia, esse cidadão era cristão ortodoxo. As minorias eram vistas como não-russas, independente de morarem no território há séculos. E isso incluía judeus ashkenazi, muçulmanos no Tartaristão, Bashkorstão e no Cáucaso, e budistas na fronteira com a China.

E uma parte enorme do museu também é dedicada aos povos diferentes dos Urais, considerada a região que divide a Europa e a Ásia, e da Sibéria. Tem materiais aqui que são únicos no mundo, como as únicas evidências das religiões que existiam entre alguns desses povos antes da cristianização imposta pelo Império Russo.

Antes do museu, eu achava que sabia um pouco sobre a diversidade da Rússia, sabia que existiam povos de outras religiões e cidades de maioria budista ou muçulmana. Mas o museu me fez perceber que isso não era nada, e que essa diversidade é muito maior que eu imaginava. Ainda tenho muita vontade de fazer outras viagens pela Rússia, inclusive a transiberiana, e espero poder visitar o museu novamente antes, para ir sabendo um pouco mais.

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