Volta ao Mundo em Livros: Sri Lanka – Island of a Thousand Mirrors

Quando eu estava procurando um livro para representar o Sri Lanka no projeto, Island of a Thousand Mirrors, de Nayomi Munaweera, chamou muito a minha atenção. O romance acompanha duas jovens que acabam em lados muito diferentes durante a Guerra Civil do Sri Lanka. Uma delas é cingalese, a etnia majoritária do país, que é principalmente budista, e a outra é tamil, uma etnia minoritária, principalmente hindu. Durante anos, como vemos no romance, os tamils foram perseguidos e massacrados, e a guerra começa quando um grupo deles forma o Exército de Liberação Tamil, querendo formar um país independente no norte do Sri Lanka.

Behind the retreating Englishman, on the new nation’s flag is poised a stylized lion, all curving flank and ornate muscle, a long, cruel sword gripped in its front paw. It is the ancient symbol of the Sinhala…A green stripe represents that small and much-tossed Muslim population. An orange stripe represents the larger Tamil minority…But in the decades that are coming, race riots and discrimination will render the orange stripe inadequate. It will be replaced by a new flag. On its face, a snarling tiger, all bared fang and bristling whisker…A rifle toting tiger. A sword gripping lion. This is a war that will be waged between related beasts.

A primeira narradora é Yasodhara, uma jovem de uma família cingalese, que conta a história de sua família, os Ranasinghe, por gerações, começando pelo momento em que seu pai, ainda criança, vê os navios dos ingleses que partem, quando a ilha consegue a independência e deixa de ser uma colônia. Yasodhara cresce na casa da avó materna, que já foi rica, mas que uma geração antes teve que alugar o andar de cima da casa para uma família Tamil, os Shivalingam. Essa parte mostra muito o choque de culturas entre essas duas famílias, que não tem a mesma religião, não comem a mesma comida, e nem falam a mesma língua. 

As crianças da casa, porém, acabam se tornando amigas. Foi o caso da mãe de Yasodhara, que se apaixonou por um menino do andar de cima, e depois é o caso com ela mesma e sua irmã mais nova, Lanka, que se apaixonam por Shiva, o companheiro de brincadeiras delas desde a infância. Quando a guerra começa a escalar, elas se mudam com a família para os Estados Unidos, mas é quando elas voltam que a história delas se encontra com a da segunda narradora da história.

A segunda, cuja voz aparece bem mais tarde no livro, é Saraswwathi, que cresce em uma família Tamil. Ela vive no norte do país, em uma zona de guerra, e com receio do próprio exército, o Exército de Liberação Tamil: os meninos da cidade são levados à força para se tornarem crianças-soldado e homens-bomba. Ela já perdeu dois irmãos assim, e, agora que ela tem a mesma idade, ela só espera ser ignorada e poder realizar o sonho de virar professora. Mas isso parece quase impossível crescendo em um lugar tão violento.

Quando as histórias das duas famílias se encontram, é em rota de colisão. O romance tenta mostrar vários lados do conflito, e eu gostei muito de como a autora mostra a violência e o preconceito em um crescendo. Ela também conta muito sobre o país, e tem imagens muito evocativas da comida, dos cheiros. Achei que foi um ótimo representante para o Sri Lanka e fiquei muito feliz com a leitura.

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