Volta ao Mundo em Livros: Uganda – Tropical Fish

Chegou a hora de escolher um livro para Uganda, e me interessei pelo livro Tropical Fish, de Doreen Baingana.

As histórias de Tropical Fish já tinham sido publicadas como contos antes do livro aparecer como romance, e podem ser lidas das duas formas. Elas são independentes o bastante para funcionar como contos, mas contam sempre a história de três irmãs, Rosa, Patti e Christine, enquanto elas crescem na cidade de Entebbe, em Uganda. 

A maioria dos contos são mais pessoais, como o primeiro, em que Christine, ainda criança, fica fascinada pelos presentes que o pai traz de suas viagens para a mãe, ao mesmo tempo em que começa a perceber o alcoolismo que já o debilita. A maioria deles fala dos eventos que acontecem no país com a percepção que as meninas tinham na época. Em outro conto, Patti conta de estudar em uma escola interna, uma escola para meninas privilegiadas, mas ao mesmo tempo onde ela nunca recebe um tanto razoável de comida, e tem sempre fome. Em dois momentos ela menciona o ditador Idi Amin, que era a única figura de Uganda que eu conhecia antes de começar o livro: para falar que antes que ele assumisse o poder, essa escola era exclusiva para brancos, e para dizer como a situação da família dela piorou tanto quando ele chegou no poder que a mãe não consegue mandar comida: “Sure, everybody’s worse off after Idi Amin’s regime, but we shouldn’t have been.” Achei muito bem construído como são duas referências de passagem, mas que contam muito sobre o país.

Em um dos contos, elas falam sobre a AIDS, doença que assolou o país, e é um dos contos mais impressionantes do livro. Em outros, elas falam sobre o mercado negro, sobre ir viver nos Estados Unidos e se descobrir africana, que é um dos temas que mais vejo no projeto, e sobre voltar para casa e descobrir que você também não se encaixa completamente lá também. 
Como acontece com contos, eles são um pouco irregulares, e gostei muito mais de alguns do que de outros. Mas deu para aprender um pouco sobre Uganda em uma visão muito pessoal do país, e fiquei feliz com a escolha.

 

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