A Bienal de Veneza é uma exposição enorme que toma conta da cidade de maio a novembro dos anos ímpares desde 1895. É uma das maiores exposições de arte do mundo, em que todo mundo presta atenção para ver os artistas que serão revelados ou consagrados, e as polêmicas que vão mover o mundo da arte pelos próximos anos.
Então morando em Bologna, que é a apenas duas horas de trem de lá, resolvi ir um dia para ver um pouquinho. E foi um pouquinho mesmo, porque uma das primeiras lições que eu aprendi sobre a Bienal é que a gente precisaria ficar lá por uma semana para ver tudo, porque ela é enorme.
Como eu fui por só um dia, eu me concentrei no Arsenale, um antigo estaleiro transformado em centro de exposições. Os Giardini ficam um pouco mais longe do centro, e, como o nome mostra em italiano, fica em um Jardim da cidade. Essas são as duas sedes principais, mas pavilhões nacionais também ficam espalhados pela cidade inteira. Também é bom dar uma olhada no tempo, já que o Arsenale é mais fechado, e pode ser melhor na chuva ou no frio.
Uma boa dica é procurar online por dicas de quem foi para a Bienal daquele ano. Eles já sabem quais são as obras mais faladas e mais controversas, e onde elas estão, os pavilhões de países que estão participando pela primeira vez, os pavilhões que dão mais fila, os que só abrem alguns dias. Ter a informação específica ajuda a planejar. Por exemplo, uma das obras que eu mais queria ver era o Pavilhão da Lituânia, mas vi que naquele dia não ia ter performance, e deixei para lá. Por outro lado, vi que a artista japonesa que eu queria ver tinha obras tanto no Arsenale quanto nos Giardini.
Se você tá planejando com antecedência, pode comprar os bilhetes mais baratos, à venda até março. De última hora, olhe as diferentes opções, que costumam ter bilhetes para entre um dia e uma semana, e até um bilhete ilimitado. De qualquer forma, é melhor comprar online. A entrada é bem carinha, eu paguei 22 euros pelo bilhete de estudante.
Dentro da Biennale, tem muitos stands vendendo sanduíches e outros lanches. Achei os preços bem caros, então se você também é estudante, traga um lanche de casa. Para economizar, outra dica boa é se preparar para andar bastante. Da estação até o Arsenale é quase uma hora andando, mas o vaporetto, o barco transporte público de Veneza, custa 7 euros, então foi melhor ir a pé. Também diria que se você mora na Europa e tem escolha fácil sobre quando visitar, para evitar o verão, quando Veneza fica lotada e insuportável, e os últimos dias, em novembro, que também são lotados. Além disso, em 2019 os últimos dias da Biennale foram marcados por uma Acqua Alta desastrosa, a subida da maré que acontece muito nessa época, mas que foi maior e durou mais tempo, gerando um prejuízo de milhões para a cidade. Uma Acqua Alta normal pode até ser uma época charmosa para visitar a cidade, uma assim faz a cidade parar.
No final foi bem carinho e realmente senti que só consegui ver um pouco, mas foi uma experiência única, e eu voltaria bem feliz. Espero que esteja aqui por perto em 2021 para conseguir ver de novo.
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