Volta ao Mundo em Filmes: Nova Zelândia – Encantadora de Baleias

Chegou a hora de escolher um filme para a Nova Zelândia, e fiquei com um dos filmes mais populares já feitos no país, mas que eu nunca tinha visto: Encantadora de Baleias. Ele ficou famoso quando foi lançado pela forma como mostra os Maori, uma população nativa da Nova Zelândia, e pela atriz principal, Keisha Castle-Hughes, que chegou a concorrer a um Oscar aos 13 anos de idade. O filme foi dirigido por Niki Caro, baseado em um romance de Witi Ihimaera, considerado o primeiro Maori a ser publicado.
O filme começa com uma mulher em trabalho de parto, prestes a ter gêmeos. Ela tem complicações e morre durante o parto, assim como um dos gêmeos, um menino. A menina sobrevive, e é chamada de Paikea, ou Pai (Keisha Castle-Hughes). O pai dela, Porourangi (Cliff Curtis), fica muito afetado pela perda, e se muda da Nova Zelândia, e a menina é criada pelos avós.
O avô dela, Koro (Rawiri Paratene), é o líder dos Maoris da região. Ele vem de uma linha de líderes, em que um homem deve ser sempre sucedido pelo seu primogênito. Quanto ele perde o neto, as pessoas ao seu redor tem a impressão de que ele está mais afetado pela quebra nessa linha do que preocupado com o filho e a neta. Ele também pressiona o filho para assumir o papel, apesar de ele não mostrar nenhum interesse. No entanto, ele fica muito próximo de Pai enquanto ela cresce, e começa a levá-la para a escola de bicicleta todos os dias. A avó, Nanny Flowers (Vicky Haughton), no entanto, é quem mais encoraja a menina, e quem lhe dá o afeto que ela claramente busca no avô.
Pai sente que ela pode ser a próxima líder, mas isso seria inédito, e ninguém resiste à idéia mais do que seu avô. Ele recruta todos os meninos da vila para aulas sobre como ser um líder Maori, esperando encontrar entre eles o próximo líder. Pai é banida, mas tenta escutar as lições de longe, e convence um dos meninos e o próprio tio a lhe ensinar um pouco.
O final é previsível. Se você leu até aqui, provavelmente já sabe como termina. Mas tem cenas muito boas no caminho, inclusive uma em que Pai espera pelo avô em uma apresentação de escola que ela preparou sobre a cultura deles. É uma cena forte para deixar nas mãos de uma menina em seu primeiro papel, mas ela atuou tão bem que não me surpreende que ela virou uma estrela depois desse filme. Também tem uma cena que mostra a relação cultural que a comunidade tem com as baleias, que foi bom para aprender um pouco sobre eles.

Esse foi meu filme para a Nova Zelândia, e me fez entrar em uma reflexão como muitas vezes os filmes do projeto são mais alegres do que os livros. Quando procuro o livro mais famoso de um país, quase sempre é focado em uma tragédia, mas os filmes muitas vezes dão um tratamento fofinho mesmo a temas complexos – como a população Maori, que historicamente sofre muito preconceito na Nova Zelândia. Já é algo que aparece nos meus rascunhos das notas que quero postar aqui no fim do projeto.

Deixe uma resposta