Um dos motivos pelos quais não gosto de contar países é que eu gosto de voltar a países onde já fui, redescobri-los em uma nova perspectiva. Às vezes só o tempo muda tudo – eu tinha ido para Berlim em janeiro, cinco anos atrás, e voltar para a cidade no verão me mostrou um lado novo da cidade. Em Berlim, trinta e cinco graus, os locais passam muito tempo nos lagos que cercam a cidade.
Como meu último dia estava livre, resolvi aproveitar os lagos e passá-lo em Pfaueninsel, a Ilha dos Pavões. Lá na verdade, não é lugar de banho, como tantos outros lugares de Berlim, mas é lindo e relaxado, e valeu muito a pena.
A história da ilha está muito conectada com o Kaiser da Prússia Friedrich Wilhelm II. Quando ele ainda era o príncipe herdeiro, ele usava a ilha para encontrar a sua amante, a condessa Wilhelmine von Lichtenau. Entre 1794 e 1797, ele ordenou que um palácio de verão fosse construído na ilha, desenhado como uma ruína. Combinando com o romantismo da época, ele queria que ele parecesse com uma vila romana arruinada. Ele foi construído de madeira, mas pintado para dar a impressão de mármore.
Friedrich Wilhelm também fez na ilha um ménagerie, com uma exibição de animais “exóticos”. O seu sucessor, Friedrich Wilhelm III, aumentou a quantidade de animais, com cerca de 900 animais na ilha pequena, e a abriu para o público. Depois, a maioria deles foi doada para o zoológico de Berlim, mas os pavões continuam por lá, e a gente caminha por eles na ilha inteira.
Em 1821, a ilha toda passou por uma reforma comandada por Peter Joseph Lenné. Ele era um arquiteto que desenhou vários parques em Berlim, e que construiu outras ruínas para a ilha, como um monastério gótico, um templo memorial para a Rainha Louise, feito para lembrar um templo greco-romano, e uma casa para abrigar a aristocracia da época no formato de uma casa de campo inglesa.
Nos anos posteriores, o palácio foi usado por vários monarcas alemães, e permaneceu inalterado. Ao contrário de tantos prédios em Berlim, ele não foi bombardeado durante a Segunda Guerra. Hoje ele é um Patrimônio da Humanidade, junto com os palácios de Glienicke e Potsdam (Potsdam, aliás também tem falsas ruínas românticas, e é um day trip incrível de Berlim).
A Ilha dos Pavões é o lugar perfeito para fazer um passeio, ver os prédios, e fazer um piquenique. Também dá para combinar com outros lugares do lago onde dá para nadar.
Como chegar
Do centro, eu peguei o S-Bahn até Wannsee, de onde já vi várias pessoas saindo de biquíni para os lagos próximos, depois o ônibus 218 até a estação Pfaueninsel, e depois uma barca. Eu tinha comprado um cartão do metrô de um dia, que cobriu o metrô e o ônibus. A barca custa 4 euros para adultos e 3 para estudantes, e inclui a entrada na Ilha, que é uma reserva natural. Também em alguns horários passa um ônibus antigo, então é bom prestar atenção nisso, porque ele é bem charmoso.
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