Volta ao Mundo em Filmes: Butão – Travellers and Magicians

O Butão foi um daqueles lugares em que a escolha de um filme não é difícil, porque não há muitas opções. Na verdade, o filme que eu vi, Travellers and Magicians, de Khyentse Norbu, é o primeiro longa filmado por lá, principalmente com atores não profissionais.

O filme segue  Dondup (Tshewang Dendup) que se entedia na vilazinha onde ele mora no interior do Butão. Ele é fascinado com os Estados Unidos, e por isso passa os dias ouvindo música estadunidense e sonhando com o estilo de vida que ele imagina que poderia ter lá. Ele até mandou fazer um gho, a vestimenta tradicional do Butão, feita de jeans. O sonho dele é emigrar para lá, e, quando um amigo que está lá lhe escreve prometendo ajudá-lo a conseguir um visto, ele resolve fingir para o chefe que estará fora da cidade para um festival religioso, mas ir para Thimphu, a capital do Butão, para ir à embaixada estadunidense. 

Como ele acaba perdendo o ônibus, ele decide pedir carona na beira da estrada. Isso pode demorar dias, já que os carros são raros, mas mais gente começa a esperar na estrada. Dondup tem a companhia de um vendedor de maçãs (Ap Dochu), e logo depois de um monge budista (Sonam Kinga), que, na primeira noite da espera, começa a contar uma história para passar o tempo. Ele conta sobre um homem chamado Tashi que, como Dondup, sonha em escapar da vida entediante do campo. Ele deveria aprender mágica, mas não consegue se concentrar, e se apaixona pela esposa de um outro homem. Eles continuam acampados na beira da estrada, e depois um viúvo (Dasho Adab Sangye) e sua filha adolescente (Sonam Lhamo) também se unem ao grupo. 

Com o tempo, ficamos na dúvida se Dondup vai continuar com sua intenção inicial, e tentar emigrar, ou se ele está reavaliando a vida no Butão. Apesar da história do monge ser sobre controlar seus impulsos, o motivo é mais a atração que ele se sente pela adolescente do que a história edificante.

No final, é um road movie bem convencional, sem muitas surpresas, e, sinto em dizer, bem esquecível. Ele nos mostra algumas tradições e paisagens bonitas do Butão, em uma forma que parece embalada para o consumidor ocidental que quer conhecer um pouquinho da cultura.

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