Volta ao Mundo em Filmes: Bahamas – Children of God

Quando eu penso no Caribe, penso em paraísos tropicais. Sei muito mais sobre países mais longes do que essa região, perto do Brasil e a cada dia mais acessìvel, com vôos baixando de preço. É exatamente por isso que gosto deste projeto, para aprender um pouco mais sobre lugares diferentes, então essa foi minha oportunidade de procurar um filme que me contasse um pouco sobre as Bahamas. O filme que me recomendaram foi o premiado Children of God, de Kareem Mortimer. 

O filme trata da crescente homofobia na sociedade das Bahamas, por meio de três personagens. O primeiro é Johnny (Johnny Roberts), um estudante de artes que tem uma técnica excelente, mas que os professores repreendem porque não vêem sentimento em suas pinturas. Uma professora lhe dá as chaves de sua casa em uma ilha, Eleutheria, onde ela quer que ele vá a uma praia afastada e tente se reconectar com quem ele é. 

Já na barca para Eleutheria, ele encontra Romeo (Stephen Tyrone Williams), um jovem confiante, que se oferece para levá-lo em torno da ilha. Romeo parece bem resolvido com a sua sexualidade, e ele consegue tirar o reprimido Johnny da casca, mas quando o vemos perto da família ou da namorada, ele se torna outra pessoa, e vemos porque ele decidiu fugir de quem ele conhece e se mudar sozinho para a ilha.

A terceira personagem é uma ativista contra direitos para homossexuais, Lena Mackey (Margaret Laurena Kemp), que vai para a ilha para tentar conseguir assinaturas para uma petição que ela pretende apresentar para o parlamento contra o turismo gay – o ano é 2004, e a atriz estadunidense Rosie O’Donnell está organizando um cruzeiro de famílias gays pelo Caribe. O filme mistura a história dos três com imagens de arquivo dos protestos sobre esse cruzeiro. A gente vê Lena repetidamente falando sobre o que a Bíblia diz, sobre os valores tradicionais, etc, e como isso está em choque com sua vida pessoal. O seu marido, o reverendo Clyde (Mark Richard Ford) é um homossexual no armário, o que ela começa a desconfiar quando ela é diagnosticada com uma DST. E o filho dos dois gosta de brincar de bonecas e não se vê como menino, o que leva o casal a dizer que o diabo está no corpo do menino. 

O filme é meio previsível, mas tem momentos bem interessantes, como a conversa entre Johnny e Romeo em que Romeo diz que é bem fácil sair do armário quando você é branco, ou seja, quando você já tem algum privilégio. É um pouco formulaico, mas também gostei de ver as imagens de arquivo no início, e saber um pouco mais sobre as Bahamas por trás da imagem do paraíso tropical.

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