Eu cheguei na Rússia quando ainda estava nevando e saí no auge do verão, nas Noites Brancas de São Petersburgo. Com isso, a primavera foi para mim pela primeira vez tão marcada, bem distinta das outras estações. E eu vi como os russos sabem aproveitá-la. Ainda tinha uns montinhos de neve na rua, e de repente a cidade estava coberta de flores, cheia de festivais, e os parques ficavam lotados. Quando fui um domingo no Parque Gorki (Парк Горького), achei que a cidade toda estava lá: ele chega a ter 250 mil visitantes aos fins de semana. Depois acabei voltando várias vezes, tanto nele quanto no Muzeon, o parque de esculturas do lado. Então essas são algumas dicas para curtir os dois parques.
Para quem quer ficar ativo
Como é normal em parques, o Gorki é um lugar popular para esportes. Gente andando de bicicleta, patins e patinete passa o tempo todo, times de vôlei e basquete praticam em quadras no parque, aulas de yoga, dança e ginástica acontecem quase todo dia assim que fica quente. Eles também tem competições de xadrez, aulas de pintura, e todo tipo de eventos culturais.
Para quem curte arte
O parque também é um lugar de cultura, e especialmente em dois lugares: Pioner, o cinema a céu aberto que funciona nos meses quentes, e no Garage, o museu de arte contemporânea dentro do parque. Ele têm exposições, palestras e filmes de artistas russos e internacionais. Quando eu fui lá com um amigo brasileiro, eles tinham uma exposição do Hélio Oiticica. Eles também tem um café e uma livraria.
Para relaxar
O parque tem áreas mais tranqüilas, perfeitas para deitar e ler um livro, e ainda mais porque eles também têm redes espalhadas pelo parque e pontos de trocas de livros. No verão eles também costumam abrir uma praia com areia de verdade.
Para um lanche
O parque tem muitas opções de comida, desde stands com comida de rua a restaurantes. Entre as comidas de rua tem cachorro-quente, shashlik (espetinhos), tcheburek (que parece um pastel), pirojki (salgadinhos), falafel, hambúrguer. E também é uma boa oportunidade de comer as culinárias populares entre os russos, dos clássicos locais como estrogonofe, à comida da Geórgia e Uzbequistão.
Para quem curte história: o Parque de Esculturas Muzeon (Парк искусств «Музеон»)
Com o fim da União Soviética, seus países tiveram que lidar com a questão de o que fazer com todas as estátuas que sobraram de Stálin, Lênin, e outros líderes do Partido Comunista como Dzerzhinski, o fundador do que se tornaria a KGB. A maioria foi destruída, embora alguns lugares tenham sido mais criativos, como a cidade ucraniana que transformou um estátua de Stálin em Darth Vader. Em Moscou, eles escolheram preservar muitas das estátuas nesse parque. Hoje o parque tem mais de mil esculturas, principalmente da época soviética, mas também algumas obras contemporâneas.
Para quem curte um parque menos lotado: Colina dos pardais (Воробьёвы горы)
Há pouco tempo o parque Górki foi expandido e se tornou uma das maiores áreas verdes de Moscou. Ele acabou englobando partes bem menos desenvolvidas e populares, o que é bom, porque significa que tem partes do parque que não ficam lotadas. Para quem tá mais no clima de contemplar a natureza, é a melhor parte.
Para ver a escultura mais polêmica da cidade
Essa é praticamente uma continuação das esculturas do Muzeon. No rio Moskva fica uma escultura dedicada a Pedro, o Grande, que já é polêmica porque ele foi o tsar que criou São Petersburgo e que mudou a capital para lá. Mas ainda tem o fato de que a maioria dos moscovitas acha que ela é horrorosa e completamente desproporcional para a cidade. Houve manifestações pedindo que ela fosse mandada para Petersburgo, onde ela seria ainda mais desproporcional.
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