Ostuni, a cidade branca no alto de uma colina na Puglia

Quando fiz um itinerário pela Puglia, no sul da Itália, um fim de semana foi dedicado a duas “cidades brancas”, conhecidas pelas casas pintadas de cal que me lembravam do sul da Espanha ou de uma ilha grega. A primeira, que já apareceu aqui no blog, foi Monopoli, com seu porto branco na beira do mar, e a segunda, no alto de uma colina, é Ostuni.

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A região de Ostuni é habitada há milhares de anos, primeiro pelos messápios, depois pelos gregos, que construíram a cidade (Astu neón significa cidade nova, e deu origem ao nome Ostuni). Depois ela fez parte do Império Romano, e, como a maior parte do sul da Itália, passou depois para domínio normando. Foram eles que construíram os muros em torno da cidade e os portões de entrada. No século XVI, a cidade fez parte do dote da duquesa de Bari, Isabella, que se casou com Gian Galeazzo Sforza. Essa foi uma época de renascimento para Ostuni, que sentiu os efeitos do Renascimento, já que Isabella era uma mecenas para artistas e homens de letras. Foi só depois, no século XVIII, que Ostuni se tornou a cidade branca – ela foi pintada com cal porque os habitantes acreditavam que ele era desinfetante, e poderia prevenir epidemias.

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Eu cheguei em Ostuni de trem e peguei um ônibus até o centro, descendo em uma das portas de acesso à cidade histórica. E a primeira parte da cidade que vi foram justamente as ruazinhas brancas, onde dá para caminhar por horas. É clichê dizer que a melhor parte dessas cidadezinhas é andar sem destino, mas para mim ainda é verdade.

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Eventualmente, cheguei Praça da Catedral, que é a atração mais famosa da cidade. De um lado, fica a Catedral, construída no século XIII e depois reconstruída em estilo gótico. Muitas cidades da Itália tem igrejas maiores, na frente de uma praça enorme onde você pode vê-la bem, mas o charme dessa é justamente chegar em uma rua apertada e mal conseguir vê-la inteira por causa dos prédios em frente. Ela pode ser menos imponente do que outras, mas não tenho dúvidas de que é uma das mais bonitas da Itália.

Ela é especialmente famosa por causa da rosácea, essa janela decorativa circular na fachada, que é uma das maiores rosáceas góticas no mundo.

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Do outro lado da Praça ficam dois palácios, o Palácio Vescovile (episcopal) e o Palazzo del Seminario, que são ligados pelo Arco Scoppa, que é um dos símbolos de Ostuni. Ele foi construído no estilo barroco pugliese em 1750, para substituir um arco de madeira que ligava os dois prédios.

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Depois de andar bastante no centro, fui visitar a parte mais moderna da cidade, subindo os morros até a Piazza della Libertà. Lá fica outro símbolo da cidade, a Coluna de Sant’Oronzo, construído no século XVIII por Giuseppe Greco, um escultor local. Logo em frente hoje em dia fica uma pequena área arqueológica, que revelou as muralhas antigas de Ostuni.

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Na mesma praça, fica o Palazzo Municipale, em um prédio originalmente construído como um mosteiro franciscano no século XIII. A fachada foi refeita em estilo neoclássico quando ele se tornou a sede da prefeitura. E do lado dele, fica a Igreja de San Francesco, que era parte do mosteiro franciscano, e que, como o palácio, também ganhou fachada nova no século XIX para ficar tudo combinando.

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Seguindo a avenida Vittorio Emanuele II, outra atração famosa: o ponto de onde se tem a vista do centro histórico da cidade branca do alto.

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Como eu disse, eu cheguei em Ostuni de trem, e a estação é um pouco longe do centro histórico. Por isso, a outra cidadezinha branca que visitei na Puglia, Monopoli, seria minha escolha como base na região, se você está usando transporte público. Para visitar em um dia, foi conveniente.

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