Volta ao Mundo em Filmes: Suécia – Deixa Ela Entrar

A grande razão para querer ver um filme e ler um livro de cada país do mundo foi sair da minha zona de conforto, e às vezes isso acontece de formas surpreendentes. Quando eu penso em cinema sueco, penso em Ingmar Bergman, um dos meus diretores preferidos. A primeira tentação foi a de rever um de seus filmes para a Volta ao Mundo. Mas resolvi ver algum filme mais novo e diferente do que costumo.

Acabei escolhendo Deixa Ela Entrar, de Tomas Alfredson. Quando estava procurando, li que era um filme de terror com ótimos reviews, mas na minha cabeça ainda era um “filme de vampiro” e não seria interessante para esse projeto. Mas no final resolvi enfrentar esse preconceito, e é isso que para mim é o mais engraçado: que o filme que parecia mais fora do que eu costumo ver é um dos filmes suecos mais famosos dos últimos anos, e em um estilo policial noir que ficou tão associado com a Escandinávia.

O filme começa com a história de Oskar, um menino de doze anos que sofre bullying na escola. Ele é isolado na escola, e quanto mais se retrai, mais sofre com um grupo de meninos sádicos. Quando ele está sozinho, ele tem fantasias de vingança que atraem a atenção de Eli, uma menina que também é solitária. E que, como fica claro desde o início, é uma vampira.

Eli vive com Hakan, e nunca entendemos bem a relação deles. Ele é uma figura de pai, um amigo, ou ele a usa? O que sabemos com certeza é que ele é bem incompetente como serial killer. Ele tenta matar pessoas bêbadas indo para casa de noite e juntar o seu sangue, mas nunca consegue, e Eli tem que se alimentar sozinha.

Oskar e Eli se aproximam, e Eli parece perigosa. Ela aparece na casa dele depois de matar alguém, com a boca ainda suja de sangue e voa até a janela dele, mas ele tem que convidá-la para entrar. Ele fica horrorizado ao pensar que ela mata gente, mas ela aponta que ela só o faz para sobreviver,  e que ele também tem fantasias de matar.

O filme tem atmosfera de terror – embora eu pelo menos tenha sentido mais medo dos bullys que dos vampiros – cenas de comédia e uma pegada de romance. Foi bom para quebrar o preconceito – e posso admitir que gostei do filme de vampiros.

 

Outras sugestões:

Force Majeure – Ruben Östlund

A Reunião – Anna Odell

Todos do Bergman vale? Mas principalmente Persona, Gritos e Sussurros e a Trilogia do Silêncio

Deixe uma resposta