Galerias e museus alternativos no East End de Londres

O East End tem mercados interessantes cheios de objetos vintage e comida internacional, tem arte de rua, como já falamos, mas também tem galerias e museus alternativos que estão entre os lugares mais interessantes de Londres. Embora até hoje o East End sofra com o preconceito, por ter sido uma área conhecida pela criminalidade (Jack, o Estripador operava por lá) e imigrantes. No século XVII vieram os Huguenotes, protestantes franceses fugindo das guerras de religião. Depois vieram os irlandeses, os judeus ashkenazis, e os indianos e bangladeshis (motivo por ela ainda ser chamada de Banglatown). O que era motivo de preconceito, é hoje justamente um dos atrativos, a atmosfera cosmopolita e aberta.

Entre as galerias alternativas, uma das mais interessantes é a Whitechapel Gallery. Ela foi fundada em 1901 como a primeira galeria pública de Londres. Eles têm um histórico de apresentarem artistas britânicos para um público mais amplo, como quando apresentaram a Guernica de Picasso logo após a Guerra Civil Espanhola ou quando fizeram exposições nos anos 50 e 60 para disseminar o conceito de Pop Art. Foi a primeira galeria britânica a exibir trabalhos de Frida Kahlo, Mark Rothko e Jackson Pollock, entre outros. Se você procura uma exposição disruptiva, não deixe de conferir a programação.

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Detalhe da fachada da Whitechapel Gallery

Outra Galeria interessante é a Calvert 22, que se especializou em mostrar a arte do antigo Bloco Comunista – Rússia, Ásia Central, e Europa do Leste e Central. Eles acreditam que a arte produzida nesses países não recebe a atenção que merece, e por isso a idéia é divulgá-la para audiências londrinas. Por isso ele fica em Shoreditch, bairro conhecido pela população multicultural.

O Dennis Sever’s House é outro lugar imperdível, um museu recriando a casa de uma família de fabricantes de seda huguenotes que teriam vivido na casa entre 1725 e 1919. Cada quarto foi planejado de forma a mostrar um momento na vida da família, e cabe ao visitante procurar as conexões entre eles. A casa é arrumada como se os residentes estivessem acabado de sair, com pratos meio comidos e restos de taças de vinho na mesa. A casa foi recriada como uma cápsula do tempo, com cheiros e barulhos planejados para realmente imergir o visitante na experiência, e por isso eles pedem que você faça o tour em silêncio. Se você for de noite, ela está iluminada apenas com velas. O lema da casa é Aut Visum Aut Non! – ou você vê ou não vê.

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Créditos do site oficial

Também no East End fica o Village Underground, um lugar descrito como parte local de eventos, parte comunidade comunidade criativa. Ele é um armazém do início do século passado que foi renovado e abriga concertos, peças de teatro, instalações e exibições de arte e outras formas de performance.

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O White Cube Hoxton foi o fundador de um estilo de galeria que depois se tornou bem popular. É basicamente um grande cubo branco, em que exposições são montadas. É um conceito polêmico: tem quem goste do minimalismo, tem quem o condene como antiséptico e estéril. Para alguns, ele é um dos símbolos da gentrificação do East End.

A Hoxton Gallery já vale pelo lugar, uma antiga estação de trens com paredes de tijolos expostos.

Algumas outras interessantes são a Victoria Miro Gallery, Maureen Palley Gallery, Cock ‘n’ Bull Gallery, também conhecida pelo restaurante, Matt’s Gallery, Kunstraum, que foca em artistas de outras cidades européias, Rivington Gallery, Wilkinson, Herald St, que foca em interação, Seventeen, Flowers, Peer, Auto Italia, French Riviera, the Art Pavillion Mile End Park, etc. São mais de 150. Quase todas têm entrada gratuita. Se possível, visite na primeira quinta feira do mês. É quando ocorre o First Thurdays, e as galerias promovem vernissages, palestras, eventos, e ficam abertas até às 21 horas. Você pode pegar um mapa das galerias participantes em qualquer uma delas, ou online aqui. A Whitechapel Gallery organiza tours.

Um lugar que eu quero visitar mas ainda não tive a oportunidade é a sinagoga escondida em Princelet Street. Ela só abre raramente, devido às condições frágeis do prédio. Ele também foi uma tecelaria huguenote antes de virar uma sinagoga vitoriana secreta, assim dando um vislumbre na vida de duas comunidades de imigrantes que se estabeleceram no East End em épocas diferentes.

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