Quando eu fui para Milão para ver a Expo 2015, todo mundo no meu albergue tava falando da Fundação Prada, o enorme centro cultural que tinha acabado de abrir sua sede em Milão do lado do nosso albergue. Uma destilaria de 11 mil metros quadrados tinha sido reformada e recebido três novos prédios, e recebeu o enorme centro de exposições.
Segundo o arquiteto Rem Koolhaas, a intenção era conservar o que pudesse e misturar com o novo, para não deixar que a preservação e a arquitetura nova ficassem segregadas. Tudo na Fundação tinha que estar em interação permanente.
A exibição que eu mais curti quando estava lá se chamava “Serial Classic”, e focava nas inúmeras cópias romanas de estátuas gregas, sendo que na maioria dos casos o original se perdeu.
Eles querem discutir como a idéia de “clássico” está ligada à noção de originalidade, mas na verdade essas estátuas eram duplicadas ou mesmo produzidas em série. E mostra como o paradigma era diferente, porque essa produção em série era importante.
A Torre, ou Casa Mal-Assombrada, é outra parte do museu, que tem uma exposição permanente de Robert Gober e dois trabalhos de Louis Bourgeois. A idéia da casa mal assombrada foi pensada justamente para essas obras, e a atmosfera combina muito com elas. Ela fica no prédio dourado.
Outra exposição permanente é a Grotesque Process, de Thomas Demand, que recriou uma gruta na ilha de Majorca com trinta toneladas de papelão cinza.
Em um prédio da antiga destilaria, a Cisterna, fica o Tríptico, uma exposição de três obras selecionadas que estão sempre em rotação.
O espaço inclui um teatro, uma biblioteca e o Bar Luce, um café estilo anos 50 desenhado por Wes Anderson. Para quem gosta do estilo do diretor de Moonrise Kingdom e o Grande Hotel Budapeste, vai reconhecer o estilo na hora, embora dessa vez ele seja baseado em bares milaneses tradicionais. Os jogos também estão relacionados ao filme. Sinceramente, o bar é adorável, e é por si só um motivo para visitar.
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