Livros e Filmes para entrar no clima de uma viagem para a Espanha

Resolvi colocar aqui algumas sugestões de livros e filmes para quem quer entrar no clima de viajar para a Espanha. Peço desculpas se deixar algo legal de fora, mas vou tentar colocar algumas obras que são muito amadas por lá, que representam eventos históricos ou simplesmente algumas obras das quais eu gosto. Também tentei colocar obras com todas as línguas oficiais da Espanha. A lista da Catalunha será separada. Sintam-se livres para deixar mais sugestões nos comentários.

Dom Quixote, de Cervantes

O maior clássico da literatura espanhola e um dos maiores clássicos da literatura mundial. Só por isso já valeria a pena. Mas além disso, tem o fato de que Dom Quixote e seu companheiro Sancho Pança viajam por grande parte da Espanha, e você vai ver pequenos sinais em várias cidades que mostram que ele passou por lá.

A casa de Bernarda Alba, de Federico García Lorca

Uma peça de teatro sobre uma matriarca dominadora que mantém as cinco filhas sob vigilância implacável. O autor foi uma das primeiras vítimas da Guerra Civil, tendo sido fuzilado pelas costas em referência a sua homossexualidade. Tanto suas peças como sua obra poética o colocam como um dos maiores autores da Espanha.

O Labirinto de Pã, de Guillermo del Toro

história de uma menina que entra em um mundo de fantasia, em meio à Espanha de Franco. Enquanto seu padrasto, um oficial do regime, caça os últimos resistentes, e sua mãe sofre com uma gravidez complicada, ela faz contato com figuras míticas como um fauno.

Qué me quieres, amor?, de Manuel Rivas

Um livro de dezesseis contos, o mais famoso dos quais, A Língua das Mariposas, conta a história da amizade entre um menino e seu professor anarquista. O autor é considerado uma das figuras mais importantes da literatura galega, língua em que escreveu a maior parte dos seus livros, mas alguns deles estão disponíveis em diversas outras línguas.

O Espírito da Colméia, de Victor Erice

A história de uma menina que, impressionada pelo filme Frankenstein, fica determinada a encontrar o monstro de verdade. O filme se passa na Espanha dos anos 40, em uma pequena aldeia em que nada acontece, e vemos a procura pela perspectiva de uma criança. Apesar do que pode parecer pelo tema, o filme tem muito a dizer sobre sua época e é um dos meus preferidos.

O Anjo Exterminador, de Luís Buñuel

A história de um grupo de convidados que chegam a um jantar chique, mas que depois não conseguem partir. Embora filmado no México, ele é relevante para pensar a Espanha porque é visto como uma metáfora da Espanha de Franco.

Niebla, de Miguel de Unamuno

Revolve em torno de Augusto, um intelectual que se apaixona por uma mulher que passa na rua. O autor passa de uma história simples para uma brincadeira com os conceitos de ficção, vontade e liberdade.

Miguel de Unamuno inicialmente apoiou o franquismo, mas impediu que tropas entrassem na Universidade de Salamanca, e depois de fazer críticas ao governo, passou seus últimos dias em prisão domiciliar.

Ana e os Lobos, de Carlos Saura

A história de uma mulher que chega para trabalhar como babá em uma mansão do interior, mas se vê em meio a uma família perturbada. A matriarca é obcecada com a morte, o filho mais velho com o exército, o mais novo com a igreja, e o do meio, pai das meninas de quem ela deve cuidar, com pornografia. Também é visto como uma referência ao franquismo. Ele foi nossa escolha para a Volta ao Mundo em Filmes e Livros, e o review já está aqui.

Soldados de Salamina, de Javier Cercas

A história de um jovem jornalista que encontra uma história significativa da época da Guerra Civil, e fica determinado a descobrir o que aconteceu. A história envolve Rafael Sánchez-Mazas, um dos fundadores da Falange, e como ele foi salvo por um militante desconhecido.

Anatomia de um instante, também de Javier Cercas

A história da tentativa de golpe em 23 de fevereiro de 1981, quando a câmara de deputados responsável pela redemocratização foi invadida por guardas civis, o que foi televisionado para o país. Também foi o livro que representou a Espanha na Volta ao Mundo em Livros. Leia mais aqui.

Bartleby e Companhia, de Vila-Matas

Um dos livros mais populares desse autor, e fala de escritores que se recusaram a continuar escrevendo, que, como o Bartleby de Melville, simplesmente disseram “eu preferiria não fazê-lo”.

Bodas de Sangre, de Carlos Saura

A primeira parte da Trilogia do Flamenco de Carlos Saura, e é inspirado na peça de García-Lorca sobre uma mulher a quem é imposto um casamento arranjado.

Lutando na Espanha, de George Orwell

Também é sobre a Guerra Civil Espanhola, e conta a história de quando ele lutou com os anarquistas como voluntário. O título original em inglês é Homage to Catalonia, a região em que ele lutou.

Nada, de Carmen Laforet

Um romance auto-ficcional, que conta a história de uma estudante pobre em Barcelona no pós-guerra civil. Ela foi criada em um convento, e ganhou uma pequena bolsa para poder ir à universidade. Por isso ela vai para a casa da avó em Barcelona, uma casa decrepita onde ela convive com a família e tenta reconciliar a cidade com suas memorias de antes da guerra.

Albergue espanhol – Cédric Klapisch

Filme que conta a história de um grupo de estudantes fazendo erasmus em Barcelona, vivendo com pessoas de vários países.

Pátria, Fernando Aramburu

O romance sobre duas famílias vizinhas em uma cidadezinha basca separadas por um atentado, que virou sensação na Espanha e começou uma conversa nacional sobre o ETA. Foi meu livro escolhido para representar o país basco, e o review já está aqui.

Obabakoak, de Bernardo Atxaga

Uma coleção de contos em torno da cidade de Obaba. Ela é uma tentativa de valorizar a tradição oral basca, que foi perseguida durante a guerra civil.

Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos, de Almodóvar

Uma mulher que acaba de terminar um relacionamento na época pós-Franco. Ela parte em busca do amante para entender por que o relacionamento acabou.

A Praça do Diamante, de Mercè Reroreda

O romance escrito em catalão mais popular da história. Ele foi originalmente escrito em 1962, quando a autora vivia em exílio. Ele usa fluxo de consciência para contar a história de uma mulher em Barcelona antes, durante e depois da guerra. Ele foi nosso livro escolhido para falar da Catalunha, e o review ta disponível aqui.

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