Danúbio nada Azul: às margens do rio em Budapeste

“O Danúbio não é azul, como Karl Isidore Beck o chama nas linhas que sugeriram para Strauss o atraente, falso título de sua valso. O Danúbio é louro, ‘a szöke Duna’, como dizem os húngaros, mas mesmo esse ‘louro’ é uma galentaria húngara, ou uma francesa, já que em 1904 Gaston Lavergnolle o chamou de Le Beau Danube Blond. Mais pé no chão, Jules Verne pensou em entitular uma obra de Le Beau Danube Jaune (o belo Danúbio amarelo). Amarelo-barrenta é a água que fica turva no final desses degraus”

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Esse trecho vem do ensaio Danúbio: uma jornada sentimental, em que o escritor italiano Claudio Magris percorre inteiramente esse rio que tem tanta importância cultural para a Europa. A jornada o leva a 10 países e 4 capitais européias, da Alemanha ao Mar Negro.

Embora de dia ele esteja, realmente, bem longe de ser azul, as vistas para ele em Budapeste são lindas, em grande parte porque os húngaros se esforçaram em construir prédios maravilhosos nas suas margens. Por isso elas são hoje Patrimônio da Humanidade segundo a UNESCO.

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O rio também representa a unificação da cidade. A antiga cidade de Óbuda, ou velha Buda, Buda, a oeste do Danúbio, e Peste, a leste do rio, foram todas unificadas em 1873 para formar a nova capital do país, que unificou também os nomes, sendo chamada de Budapeste. Até hoje os locais dizem “vou lá em Buda almoçar”, ou “tenho uma aula em Peste daqui a meia hora”. Andar na beira do rio e vê-lo do alto são dois dos grandes prazeres dessa cidade. Coloquei um roteiro dos prédios nas duas margens que mais me interessaram, para quem quiser passear pelas margens.

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O Castelo de Buda é um complexo de palácios que costumava pertencer aos reis da Hungria. O distrito onde fica é conhecido pelos prédios medievais e barrocos. Hoje o Castelo é a sede da Galeria Nacional Húngara, do Museu de História da cidade e algumas partes medievais do prédio, como a Capela Real e o Hall Gótico, foram reconstruídas para visitação.

Como em outros castelos da Europa Central, você pode entrar e passear lá dentro, e só paga se quiser entrar em algum dos museus e exposições.

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Lá em frente fica a estátua da Pequena Princesa, feita pelo escultor em homenagem à sua filha.

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O Fisherman’s Bastion ou Bastião dos Pescadores tem vistas panorâmicas para o Danúbio e para o lado Peste da cidade. Eles foram construídos no século XIX, no lugar onde a corporação de ofício dos pescadores tinha o dever de proteger as muralhas de Buda. Ela tem sete torres em homenagem às sete tribos magyares (como húngaros chamam a si mesmos) que se estabeleceram na Hungria. A visita é gratuita, exceto para as torres mais altas.

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Do lado do Fisherman’s Bastion fica a Igreja de Matthias, uma das mais importantes da cidade. Durante o século e meio de ocupação otomana, ela foi a mesquita principal da cidade. O estilo do edifício é muito diferente da maioria das igrejas da época, e vale a pena visitar e conferir.

A Ponte Széchenyi Lánchid, mais conhecida como Ponte das Correntes, que na época de sua construção era tida como uma das maravilhas do mundo. Ela foi a primeira ponte permanente sobre o Danúbio a ligar as duas maiores cidades da Hungria, Buda e Peste, antes mesmo que fossem unificadas na capital. Ela se tornou um dos símbolos da cidade.

No caminho até o Parlamento, fica o famoso Monumeno dos Sapatos dos judeus massacrados nesse lugar em janeiro de 1945. Eles foram retirados por um grupo fascista de prédios protegidos pelo governo sueco, uma nação neutra. Eles os forçaram a andar até o rio, e tirar os sapatos, e então atiraram neles. Nesse post, falamos mais sobre lugares da segunda guerra mundial em Budapeste.

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O Parlamento foi construído em 1873 para comemorar a unificação de Buda e Peste na capital húngara. Na construção foram usados cerca de 40 quilos de ouro e meio milhão de pedras preciosas, e o estilo é Gothical Revival. Hoje ele é uma das atrações mais visitadas de Budapeste.

Apesar dos preços altos, a visita se esgota bem rápido, então se você pretende entrar no prédio, é melhor comprar online.

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