Dublin, a cidade das mil boas-vindas

Na Irlanda, a hospitalidade é um grande valor. Para mostrar isso, a cidade de Dublin criou o programa Cidade das Mil Boas-Vindas. O objetivo é bem simples: juntar viajantes e locais para tomar um café ou uma cerveja. O seu dublinense pessoal não vai ser um guia de turismo, mas ele tem a missão de te apresentar a cultura do país e te dar dicas sobre a cidade. Você pode ficar sabendo de um restaurante que só locais conhecem, uma atração turística offbeat, um show de música ao vivo. Você pode se inscrever aqui, e o programa é gratuito.

O programa é super bem sucedido e já recebeu vários prêmios, chegando a ser descrito pelo Sydney Morning Herald como a melhor coisa grátis para fazer na Europa. Para ter uma noção de como funciona, clique aqui para ver vídeos em que alguns dos voluntários contam sobre os lugares que eles costumam recomendar.

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Crédito: wikipedia commons

Eu só ouvi falar sobre esse programa quando estava lá. No meio da festividade do Bloomsday, uma dublinense me contou sobre essa idéia e eu falei que era uma pena que eu não tivesse ficado sabendo antes, porque eu gostaria de participar. Ela imediatamente me pagou uma cerveja, falando que não ficar sabendo antes não é desculpa para sair sem experimentar a hospitalidade irlandesa. É esse tipo de atitude que mantém o programa funcionando e sempre com críticas excelentes.

Little museum Dublin 6

Cidade das Mil Boas-Vindas é uma iniciativa do Little Museum em Dublin. Ele é, como o nome diz, um museu minúsculo, com apenas duas salas, mas a missão de contar a história da cidade no século XX. O museu é constituído inteiramente por objetos doados pelo público, o que dá um olhar mais íntimo para a história. O museu tem desde objetos cotidianos, como antigas garrafas de leite e latas de biscoitos, uma carta escrita por Samuel Beckett a um menino que morava na sua casa de infância ou o leitoril em que Kennedy fez um discurso.

Little museum Dublin 7

O único modo de visitar a coleção é como parte de um tour guiado. Os guias focam mais em histórias da cidade, como a proibição de católicos na Universidade de Trinity College e a rivalidade entre dois teatros diferentes, mas também vão falar de eventos históricos como a insurreição da páscoa de 1916. E os guias também são todos hilários. O meu era conhecido pela imitação de Alan Rickman, que era idêntica. O museu também tem exposições temporárias.

Little museum Dublin 1

Depois do tour guiado, você pode ficar por lá explorando os objetos, e fazer perguntas. Foi assim que descobri que o famoso cartaz com o rosto do Che tá lá porque foi feito por um dublinense, achei uma garrafa de refrigerante de 1918 e a máscara mortuária de James Joyce.

É isso que faz o Little Museum ser único, essa mistura eclética de objetos de pessoas famosas, de lugares históricos, e de objetos não-pretensiosos que mostram o dia-a-dia do país no último século. Quando eu fiz o tour, foi com outra turista estrangeira e dois irlandeses do interior, que estavam encantados em encontrar em um museu tanta coisa das suas infâncias. Após o tour, eles contaram vários casos.

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O museu também tem uma exposição permanente sobre o U2, que estava sendo reformada quando eu estava lá, e uma coleção dos objetos de Alfie Byrne, que foi prefeito da cidade por dez anos e era conhecido como “The Shaking Hand of Dublin”.

Além disso, há um tour sobre escritores famosos de Dublin, que vai de Oscar Wilde a Roddy Doyle, um tour sobre as mulheres importantes para a história da cidade, um tour pelo parque em frente que mostra vários lugares importantes para a história da cidade. Além disso, shows de música também acontecem no museu. Os tours frequentemente lotam antes, então reserve seu ingresso online para evitar decepções.

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