Explorando a antiga Éfeso

De todas as cidades antigas da Turquia, Éfeso é a mais preservada. Eu vi fotos da cidade, e principalmente da Biblioteca de Celso online, e sabia que não podia ficar de fora do meu roteiro.

A cidade foi fundada pelos gregos, no décimo século antes da nossa era, na costa da Ionia. Oito séculos mais tarde ela entrou sob domínio romano. A importância da cidade como um porto decaiu quando o mar se afastou entre 3 e 4 km. A causa foi desflorestamento e erosão, provando que alguns problemas são mais antigos do que eu pensava.

A incrível biblioteca de Celso foi construída no século II, e tinha cerca de 12 mil pergaminhos. Ela aparentemente foi destruída por um terremoto, e a fachada foi reconstruída nos anos 70. Mas ainda é um dos monumentos antigos mais bonitos do mundo. Eu fiquei parada lá um bom tempo só olhando para essa fachada.

Éfeso também tem um grande teatro, no qual cabiam 25 mil pessoas. Ele era usado a princípio para teatro, mas posteriormente lutas de gladiadores também aconteceram aqui. O teatro tem uma acústica impressionante, e é possível ser ouvido por pessoas do outro lado mesmo falando em um tom de voz normal.

Além disso a cidade também tinha um pequeno Odeon, um teatro coberto.

Éfeso também tinha banhos e um sistema de aquedutos muito avançado. Um dos banhos parece ter sido usado também como prostíbulo, pelos grafites encontrados. É lá que, segundo me informaram os guardas, saem a maior quantidade de selfies de Éfeso. Pessoas sentadas no vaso, principalmente. Freud explica?

O Templo de Adriano foi construído com as doações de um cidadão rico, e é na maior parte cópias em gesso de trechos preservados no Museu Arqueológico de Selçuk.

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Uma outra atração dentro da cidade antiga são as chamadas Terrace Houses, com admissão separada, conhecidas pelos afrescos e mosaicos. Eu achei que elas valem bem a pena, principalmente para quem não conhece Pompéia e Herculano.

Saindo de Éfeso, fui procurar os restos de uma das sete maravilhas do mundo. A cidade era famosa pelo Templo de Ártemis. Ele foi incendiado no século III por um lunático que adivinhou – corretamente – que esse ato imortalizaria o seu nome. Hoje uma coluna reconstruída de fragmentos marca o lugar onde ele era localizado. Vê-la me lembrou do meu livro preferido de quando eu era criança, A História Sem Fim, no momento em que a imperatriz dá a Bastian um grão de areia dizendo “Isso é tudo que sobrou do meu reino sem fronteiras”.

Você vai passar pela coluna se decidir andar de Selçuk a Éfeso, uma caminhada curta, de cerca de vinte minutos. Na cidade de Selçuk você pode visitar o Museu Arqueológico, onde ainda estão preservadas duas estátuas de Diana da cidade.

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Em Selçuk, você também pode visitar um castelo e a chamada Basílica de São João, que teria sido fundada pelo apóstolo.

Eu achei bom ter visitado no inverno, já que muitas pessoas que eu conheci e foram no verão não curtiram tanto a cidade. Quase não há sombra, e a temperatura pode chegar a quase quarenta graus, e hordas de turistas vem dos navios de cruzeiros na costa. Mesmo com a temperatura beirando os 0 graus em Istambul, em Selçuk o dia amanhecia em torno de 8 graus e a temperatura subia para em torno de 16 durante o dia.

Como chegar:

Você pode chegar a Selçuk de avião, lembrando que os vôos internos na Turquia são muitos baratos, ou vir de Istambul ou Göreme de ônibus noturno. De Pamukkale, são cerca de três horas de ônibus, mas você provavelmente vai ter que trocar de transporte em Denizli. Eu vim de Istambul com a companhia Pamukkale Express. A rodoviária da qual o ônibus parte é longe do centro, então eles oferecem um transfer saindo de Taksim.

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9 comentários

  1. Lara

    Que lugar lindo! Quero visitar em breve, quando estarei na Turquia. Você sabe se o audioguide vale a pena?

    1. Julia Boechat

      Oi, Lara, eu peguei o audioguide, e achei que valeu muito a pena. Tem números na maioria dos prédios, e ele explica bastante.

  2. Diego

    Julgando pelas fotos, é o paraíso dos amantes de livros e dos gatos ; )

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