Tivoli, conhecida pelos antigos romanos como Tibur, é uma cidade muito conhecida pelas vilas (residências de campo luxuosas) da aristocracia romana. Quando eu fui a Roma pela segunda vez, sabia que queria visitar as três vilas mais famosas da cidade.
Villa d’Este
A primeira villa é no centro da cidade e pertencia ao Cardeal Ippolito d’Este. O palácio é bem interessante, com afrescos maneiristas que contam a história da família, e é considerado uma das obras primas da arquitetura italiana.
Mas a parte mais famosa da Villa são os jardins, fundamentais para sua inscrição como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Ele tem 51 fontes, além de canais, cascatas, jatos d’água, etc.
Ele era conhecido como Giardino delle meraviglie, um jardim das maravilhas, tendo sido planejado por alguns dos engenheiros hidráulicos mais competentes de sua época, e foi a inspiração para centenas de outros jardins, de Lisboa a São Petersburgo.
Villa Gregoriana
A cidade de Tivoli era periodicamente inundada por enchentes, até que o papa Gregório XVI mudou o curso de um rio, criando esse belo parque com cachoeiras, e a segunda vila. Uma das entradas é marcada pelo Templo da Vestal, ruínas de um antigo templo do século II.
Villa Adriana
A terceira villa é gigantesca e fica nas proximidades de Tivoli. Ela pertencia ao imperador Adriano. Você pode visitar as ruínas do palácio, bem como um museu perto que exibe os achados arqueológicos (embora muitos deles estejam em Roma).
Adriano construiu aqui uma vila aparentemente por ser um lugar popular entre pessoas nascidas na atual Espanha, como ele mesmo. Depois de alguns anos, ele passou a utilizá-la como sua residência principal. Hoje é difícil ter idéia da magnitude do palácio, mas ele ocupava uma área três vezes maior do que o que está aberto para visitação hoje.
A vila foi construída usando os melhores elementos arquitetônicos que Adriano tinha visto na Grécia, no Egito e na própria península italiana, tentando criar uma cidade ideal. Por isso ela influenciou não só arquitetos da época, mas também do renascimento e até o século XX. Ela foi utilizada por muitos dos sucessores de Adriano, mas eventualmente foi abandonada. No século XVI, o cardeal Ippolito d’Este tirou daqui algumas estátuas antigas, que ele usou para decorar a sua vila, a primeira que visitei nesse dia.
Um detalhe que vai agradar aos devoradores de livros: a rua que chega lá se chama Largo Marguerite Yourcenar, em homenagem à escritora das Memórias de Adriano. O livro é incrível, e conta muito sobre esse Imperador, e é uma leitura que recomendo a qualquer um que queira visitar Tivoli e Roma.
Como chegar em Tivoli:
Os ônibus para Tivoli saem da estação em Ponte Mammolo (na linha B do metrô). Ônibus da Cotral saem a cada 15 minutos. Atualmente não há trens para lá porque a linha está em reformas (apesar deles ainda estarem no site na Trenitalia e você poder comprá-los na estação).
A Villa d’Este e a Villa Gregoriana são bem perto da praça principal, onde o ônibus da Cotral te deixa. Para visitar a Villa Adriana, você deve pegar um ônibus municipal, ou o 4 ou o 4x. Compre o bilhete antes em uma tabaccheria, já que eles não são vendidos a bordo.
Da Villa Adriana, você pode andar 1 km dentro da vila e chegar a avenida principal para pegar o ônibus da Cotral de volta a Roma. Várias tabacarias no caminho vendem o bilhete.
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