Dois dias na Expo Milano

Eu cheguei para o meu intercâmbio na Itália em agosto de 2015, no vôo da Tam de São Paulo para Milão. Eu resolvi parar lá alguns dias para conhecer a cidade, e um dos meus focos foi ver a Expo, que estava acontecendo por lá.

As Exposições Mundiais ou Feiras Mundiais acontecem desde 1851. Nesse ano, o príncipe Albert montou um Palácio de Cristal no Hyde Park em Londres para organizar uma mostra das novidades da ciência e tecnologia no mundo. Nas primeiras exposições, mostrar tecnologia era o grande foco, e invenções como o telefone foram primeiro apresentadas assim.

O Palácio de Cristal em Londres
O Palácio de Cristal em Londres
A Torre Eiffel foi construída para a Feira Mundial de 1889 e deveria ter sido desmontada depois
A Torre Eiffel foi construída para a Feira Mundial de 1889 e deveria ter sido desmontada depois

Nos anos 30, as Exposições passaram a ter muito a ver com cultura, com facilitar o intercâmbio cultural baseado em um tema, e a partir dos anos 80, pavilhões para os países participantes começaram a ser organizados. Por isso a Expo tem essas três partes que não parecem muito ligadas a primeira vista: a mostra de ciência e tecnologia, as trocas culturais baseadas em um tema e os pavilhões dos países participantes.

Expo Milano 2015
Expo Milano 2015

As últimas exposições foram em Hannover, Alemanha (2000), Aichi, Japão (2005), Zaragoza, Espanha (2008), Shangai, China (2010) e Yeosu, na Coréia do Sul (2012). Como dá para notar, o intervalo entre elas não é muito regular. As próximas vão ser em Astana, Cazaquistão (2017) e Dubai, Emirados Árabes (2020).

A Expo em 2015 é em Milão e o tema é Alimentando o Planeta, Energia para a Vida.  

A Árvore da Vida é uma da maiores atrações em Milão, com shows de luzes e música
A Árvore da Vida é uma da maiores atrações em Milão, com shows de luzes e música

A Expo é composta por uma longa avenida, chamada de Decumano, e cruzada por uma menor chamada Cardo. Nisso eles se inspiraram na planta das antigas cidades romanas.

Esses foram alguns dos meus pavilhões preferidos:

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Itália – o pavilhão da Itália é imenso e cheio de atrações. Eu fiquei muito impressionada com os retratos dos heróis, logo no início. Escolheram um para cada província e no meio imigrantes, minorias lingüísticas. Achei muito simbólico em uma Europa em alguns momentos muito xenofóbica.

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A parte dos caleidoscópios com paisagens italianas é incrível.

E há um mercado siciliano no escuro, no qual você é guiado por um cego. Não pretende simular ser cego – não há perigos no caminho e você sabe que logo vai voltar a enxergar – mas a ser uma experiência sensorial. E realmente, você sente como os outros sentidos ficam aguçados.

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Brasil – o pavilhão do Brasil é talvez o mais divertido, com a entrada por uma rede. Acho que foi um dos pavilhões que mais conseguiu integrar os aspectos da Expo. O jardim embaixo também era muito interessante, e mostrava coisas exóticas como tapioca…

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UK – o mais impressionante visto por fora. Você faz o caminho em zigzag pelo jardim com flores, como uma abelha, e entra na colméia. Muito inovativo.

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China – dividido em quatro partes, Céu, Homem, Terra e Harmonia. Cada uma tem exibição de objetos típicos e Terra tem um show de luzes maravilhoso.

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Áustria – você entra em uma floresta austríaca, com temperatura média cinco a seis graus abaixo do resto da Expo. Um projeto preocupado com sustentabilidade e uma visita muito agradável.

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França – um mercado coberto, como os tradicionais nas cidades francesas, com o objetivo de promover a alimentação à francesa.

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Nepal – no centro do Pavilhão há um templo budista. Parece que vários dos trabalhadores tiveram que voltar para casa após o terremoto e trabalhadores de outros pavilhões se voluntariaram para terminá-lo.

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Polônia – um jardim relaxante, um trenzinho de chocolate em uma paisagem de chocolate, um armazém de produtos poloneses, esse pavilhão tem muita coisa diferente para oferecer. Tudo com versos da Szymborska, a poeta polonesa que levou o Nobel de literatura em 66.

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Eslováquia – o pavilhão da Eslováquia mostra um país no centro da Europa, rico em recursos naturais e extremamente inovador.

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Marrocos – centrado na descoberta sensorial, no gosto do Marrocos. Outro foco são as diferentes arquiteturas do país. Atrás tem um jardim.

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Turquia – o design desse pavilhão também ficou muito legal e com muitos detalhes. Ele tenta mostrar algo sobre a arquitetura e as tradições alimentares e é semi-aberto.

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Irã – pretende se mostrar como um país que faz a ponte entre o leste e o oeste. Se você só ouviu falar do Irã na grande mídia, vai ter uma grande surpresa.

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Eslovênia – o pavilhão tenta passar a sensação da Eslovênia, como o tema de “I feel Slovenia”. Caminhar no sal foi surpreendentemente relaxante.

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Holanda – um parque de diversões com várias barraquinhas com comida e informações sobre o país.

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Azerbaijão – podemos entrar em três diferentes biosferas. Ele se concentra em biodiversidade, tradição, cultura e inovação.

Como visitar

É muito fácil chegar na Expo de Milão, é só pegar o metrô especial Rho Fiera. Para chegar de outra cidade, há uma estação de trem perto da exibição.

Dicas para a visita:

Programe-se para visitar os pavilhões mais procurados cedo de manhã, para não pegar uma fila de muitas horas.

A Expo tem várias fontes de água espalhadas, inclusive com água com gás. Também tem opção de pratos típicos de todos os países representados e todas as regiões da Itália, desde restaurantes chiques a comida de rua.

Você pode comprar o passaporte da Expo e carimbá-lo em todos os pavilhões que visitar. A maioria dos pavilhões também vende souvenirs.

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